Topo

Rosa diz que democracia engloba diálogo e tolerância e é valor inegociável

12.set.22 - Ministra Rosa Weber toma posse como presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) - Fellipe Sampaio/STF
12.set.22 - Ministra Rosa Weber toma posse como presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) Imagem: Fellipe Sampaio/STF

Do UOL, em Brasília

15/09/2022 15h22

A ministra Rosa Weber, presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), abriu a sessão de hoje (15) com um discurso breve em que prega diálogo, tolerância e defesa da democracia como um "valor inegociável" para o país. A fala se deu na celebração do Dia Internacional da Democracia, data instituída pela ONU (Organização das Nações Unidas).

A ministra reforçou que a sua gestão, iniciada na última segunda-feira (12), seguirá na defesa da Constituição e da ordem democrática e que refletir sobre a democracia é uma "necessidade inadiável que a todos se impõe".

"Não se resume ela, a democracia, reitero à exaustão, a escolhas periódicas, por voto direto, secreto e livre, de governantes. Democracia é muito mais, englobando diálogo, tolerância e respeito às minorias, em especial as mais vulneráveis, cuja defesa está consolidada na jurisdição constitucional das liberdades, uma das funções mais relevantes e irrenunciáveis desta Corte Suprema", disse Rosa.

"Que saibamos todos defender a democracia enquanto valor inegociável e aperfeiçoá-la continuadamente, fortalecendo nossas instituições e o estado democrático de direito", concluiu a ministra.

O discurso é o segundo proferido pela ministra desde que assumiu a presidência do Supremo e, assim como o anterior, seguiu o tom institucional de defesa do STF, da Constituição e da democracia, que deve marcar a presidência de Rosa até o ano que vem, quando ela se aposentará do tribunal.

Em sua primeira fala como presidente do STF, Rosa mandou recados ao presidente Jair Bolsonaro (PL), que faltou à posse, ao dizer que repudia "discursos de ódio" e "práticas de intolerância", afirmando que estes comportamentos não estão protegidos pela liberdade de expressão.

"E de descumprimento de ordens judiciais sequer se cogite em um Estado Democrático de Direito", frisou a ministra.

Rosa disse ainda que o Brasil vive "tempos verdadeiramente perturbadores de maniqueísmos indesejáveis". Segundo ela, o país tem sido orientado pela "visão de mundo baseada em luz e trevas, bem e mal".