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Sakamoto: Bolsonaro critica Moraes, mas jogou própria família na fogueira

Colaboração para o UOL

28/09/2022 19h35

O colunista Leonardo Sakamoto repercutiu na noite de hoje (28), durante o UOL News, o aumento do tom do presidente Jair Bolsonaro (PL) contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal). Durante uma transmissão ao vivo realizada ontem (27), o mandatário chegou a dizer para o ministro "esquecer" a primeira-dama, Michelle Bolsonaro.

Sakamoto ironizou a declaração do chefe do Executivo, afirmando que Moraes não tem prazer de "futucar" os familiares do presidente, mas que o próprio Bolsonaro acabou jogando "a família no meio da fogueira".

"Foi ele quem colocou os filhos na política, ele levou a metodologia das rachadinhas para os gabinetes da família, ele envolve a esposa na política [como nas propagandas eleitorais]", avaliou.

Leonardo Sakamoto comentou também sobre a decisão de Moraes de determinar a apuração do vazamento da investigação contra Mauro Cid, assessor de Bolsonaro. Reportagem do jornal Folha de S. Paulo revelou que mensagens encontradas pela PF (Polícia Federal) no celular de Cid levantaram suspeitas a respeito das movimentações financeiras da família do presidente, em especial da primeira-dama, Michelle.

De acordo com reportagem da Folha, o material obtido pela corporação indica que dinheiro do gabinete presidencial foi movimentado para pagar contas pessoais do clã Bolsonaro e da primeira-dama.

"As pessoas gostam de que suas transferências bancárias apareçam no extrato, até porque é uma forma de provar que o dinheiro não é sujo. A justificativa para essas contas parceladas é de que ele não gostaria que seu nome aparecesse em extratos de terceiros. Mas isso não faz sentido nenhum", disse.

"[...] A família Bolsonaro continua fã do uso do dinheiro vivo, e precisa ser explicado. E, para não explicar, [o presidente] diz que está sendo perseguido. Parece que Bolsonaro e a sua família têm uma aversão a registros bancários."

Documento do PL revela que partido acredita na derrota de Bolsonaro, diz Sakamoto

Também conforme o jornal Folha de S. Paulo, o PL, partido de Bolsonaro, divulgou hoje um documento com questionamentos à segurança das urnas eletrônicas. Apesar disso, não há nenhum caso de fraude confirmada no sistema eletrônico de votação do país.

Para Sakamoto, este movimento revela que a legenda acredita que Jair Bolsonaro sairá derrotado destas eleições.

"Espero que a maioria do eleitorado vá votar no domingo, demonstre sua opinião política, e quem ganhar, leva, quem perder, cala-se. Caso contrário, seria um golpe na democracia."

'Tema foi amplamente discutido', diz secretário sobre mudança na lei de passe livre na eleição

Porto Alegre não terá passe livre no transporte público em um dia de eleição pela primeira vez desde 1995. A mudança na lei foi aprovada em dezembro do ano passado, mas ganhou repercussão com a proximidade da eleição. Partidos de esquerda têm argumento que a medida pode aumentar o índice de abstenção, especialmente entre os eleitores mais pobres.

Em entrevista ao UOL News, o secretário de mobilidade Adão de Castro Júnior disse enxergar "oportunismos" nessas manifestações, uma vez que a medida foi amplamente discutida e aprovada em 2021.

"Em várias capitais esse assunto não é polêmico porque não existe passe livre. Estamos numa crise de transporte público, e um dia de passe livre, custa mais de R$ 1 milhão para os cofres públicos", justificou.

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