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'Eu atiro para matar': internautas recuperam suposta fala de Bolsonaro

Foto de 2020 mostra Roberto Jefferson (PTB) com o presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo o PTB, na ocasião, conversaram sobre as eleições de 2022 - Reprodução/Facebook
Foto de 2020 mostra Roberto Jefferson (PTB) com o presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo o PTB, na ocasião, conversaram sobre as eleições de 2022 Imagem: Reprodução/Facebook

Do UOL, em São Paulo

23/10/2022 21h24

Após o ex-deputado federal Roberto Jefferson atirar contra agentes da Polícia Federal que tentavam cumprir um mandado de prisão, internautas e adversários políticos recuperaram a suposta declaração que teria sido feita em agosto pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).

Segundo informações publicadas pelo jornalista Guilherme Amado, do site Metrópoles, ao ser questionado por um apoiador sobre qual seria sua reação caso a polícia batesse à porta com mandado de prisão, Bolsonaro teria respondido:

Eu atiro para matar, mas ninguém me leva preso. Prefiro morrer.

Neste domingo (23), depois que Jefferson disparou mais de 20 tiros de fuzil contra agentes que cumpriam o mandado de prisão contra ele, políticos, famosos e internautas reagiram lembrando da frase de Bolsonaro.

"Sabe quem inspira Roberto Jefferson?", questionou o deputado federal Paulo Pimenta (PT). "Coincidência?", perguntou a atriz Bianca Müller.

Apesar de ser um aliado próximo, Bolsonaro tentou se descolar da imagem de Jefferson ao dizer que não há fotos dele com o ex-deputado.

Porém, apesar da afirmação, registros dos dois políticos juntos estão sendo publicados nas redes sociais. Pelo menos três fotos de diferentes visitas do deputado ao Palácio do Planalto foram compartilhadas.

Mais cedo, policiais que cumpriam o primeiro mandado de prisão na residência de Roberto Jefferson em Levy Gasparian, no Rio de Janeiro, a pedido do STF, foram recebidos a tiros. A operação ocorreu um dia após Jefferson xingar a ministra do STF e a comparar a "prostitutas", "arrombadas" e "vagabundas".

O ex-deputado, que é aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL), gravou vídeos em que confirma ter reagido à prisão contra agentes da PF. Em um deles, gravado dentro de sua casa, Jefferson disse que não iria se entregar aos agentes.

"Eu não vou me entregar. Eu não vou me entregar porque acho um absurdo. Chega, me cansei de ser vítima de arbítrio, de abuso. Infelizmente, eu vou enfrentá-los", disse ele, instantes depois do ataque. "Eles atiraram em mim, eu atirei neles. Estou dentro de casa, mas eles estão me cercando. Vai piorar, vai piorar muito. Mas eu não me entrego."

A PF informou que agentes foram à casa de Jefferson para cumprir a ordem de prisão e o alvo reagiu à abordagem, quando os agentes se preparavam para entrar na residência. Dois policiais, sendo uma mulher, foram atingidos por estilhaços, mas passam bem.

Padre Kelmon negociou rendição de Jefferson

O Padre Kelmon (PTB), candidato à Presidência da República derrotado, chegou na tarde de hoje à residência de Jefferson, em Levy Gasparian (RJ), para negociar a rendição do aliado político. Ele chegou ao local acompanhado de outras pessoas não identificadas, sendo ovacionado por um grupo de apoiadores.

Kelmon só se tornou candidato na eleição presidencial após Jefferson ter a sua candidatura barrada, por unanimidade, pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral). O motivo da impugnação foi a inelegibilidade do ex-deputado até dezembro de 2023, uma vez que foi condenado pelo STF por corrupção passiva e lavagem de dinheiro em 2013, no caso do mensalão.

Em um vídeo que circula pelas redes sociais, Kelmon aparece negociando com o Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) e entregando duas supostas armas que seriam de Jefferson à polícia. (Veja o vídeo abaixo)