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Roberto Jefferson é transferido e passa primeira noite em Bangu

Roberto Jefferson foi preso no domingo (23) após disparar 50 tiros e lançar três granadas contra agentes da PF - Valter Campanato/Agência Brasil
Roberto Jefferson foi preso no domingo (23) após disparar 50 tiros e lançar três granadas contra agentes da PF Imagem: Valter Campanato/Agência Brasil
Thaís Augusto e Weudson Ribeiro

Do UOL, em São Paulo e Brasília

25/10/2022 09h06Atualizada em 26/10/2022 17h40

O ex-deputado federal bolsonarista Roberto Jefferson (PTB) foi transferido para o presídio Pedrolino Werling de Oliveira (Bangu 8), no Complexo de Gericinó, por volta das 20 horas de ontem, segundo informações da Seap (Secretaria de Estado de Administração Penitenciária).

Jefferson passou sua primeira noite em Bangu, no Rio de Janeiro. Ele foi preso no domingo (23) após disparar 50 tiros e lançar três granadas contra agentes da PF (Polícia Federal) que tentavam cumprir ordens do Judiciário. O ex-deputado era alvo de mandado de prisão em regime fechado expedido pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes em função do descumprimento das regras estabelecidas para prisão domiciliar.

A unidade penitenciária Bangu 8 é voltada para detentos com nível superior completo e já recebeu Jefferson entre agosto de 2021 e janeiro deste ano. Em audiência de custódia ontem, o juiz Aírton Vieira decidiu manter a prisão do político e sua transferência.

O mandado de prisão contra Roberto Jefferson foi emitido após a ex-deputada federal Cristiane Brasil (PTB), filha do ex-parlamentar, publicar em redes sociais um vídeo em que o pai aparece proferindo insultos misóginos contra a ministra Cármen Lúcia, do STF. Na avaliação do magistrado, a divulgação viola medidas impostas numa ação penal em que Roberto Jefferson é acusado de calúnia, incitação ao crime de dano contra patrimônio público e homofobia.

PF executou mandado de prisão no domingo

O ex-deputado bolsonarista se entregou à PF no domingo (23) por volta das 19h. Antes, havia afirmado que não iria deixar o local, em vídeos publicado nas redes sociais. "Eu não vou me entregar. Eu não vou me entregar porque acho um absurdo. Chega, me cansei de ser vítima de arbítrio, de abuso. Infelizmente, eu vou enfrentá-los", disse.

Em outro vídeo divulgado por lista de WhatsApp, o congressista mostra o para-brisa do veículo da PF estilhaçado. "Mostrar a vocês que o pau cantou. Eles atiraram em mim, eu atirei neles. Estou dentro de casa, mas eles estão me cercando. Vai piorar, vai piorar muito. Mas eu não me entrego", afirmou.

Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) aguardavam a saída de Roberto Jefferson, com gritos e palavras de ordem contra Moraes.

Hoje, o magistrado afirmou que a determinação para que o ex-deputado fique proibido de receber visitas de "líderes religiosos, familiares e advogados" não se estende à defesa do político. No TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Moraes havia determinado mais cedo a remoção em redes sociais de vídeo em que o ex-deputado aparece fazendo ataques contra a ministra Cármen Lúcia.