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OPINIÃO

Joel: Silêncio de Bolsonaro é apoio tácito ao levante golpista de bloqueios

Do UOL, em São Paulo

01/11/2022 14h55Atualizada em 01/11/2022 15h21

O comentarista do UOL Joel Pinheiro afirmou, no UOL News, que o presidente Jair Bolsonaro (PL) está isolado em "levante golpista" dos caminhoneiros que o apoiam.

O comentarista explica que o silêncio de Bolsonaro é um "apoio tácito" ao que vem ocorrendo. "Neste momento, o silêncio dele é apoio tácito e ativo ao aumento do levante golpista levado por militantes ao longo de estradas. Ao não ter reconhecido a derrota até agora, Bolsonaro está alimentando tentativas de levante contra a democracia brasileira".

Mesmo isolado ele possui gente por perto, segundo Joel Pinheiro. "Esse levante golpista não vai dar certo, mas ele tem gente do lado dele. Tem assessores e puxa-sacos".

Pinheiro também vê "corpo mole" da PRF (Polícia Rodoviária Federal) para atuar nos atos. "Ele tem, fazendo um pouco de corpo mole e no fundo o apoiando, a PRF", disse. "A gente viu no dia da eleição, no pós-eleição e o corpo mole vergonhoso no início dos levantes dos caminhoneiros bolsonaristas."

O colunista classificou o plano dos bolsonaristas de "maluquice". "O plano deles é de uma maluquice que beira ao cinema, mas também existem no mundo real: eles acham que, se conseguirem segurar por 72 h, o Bolsonaro poderia declarar uma espécie de estado de sítio, uma garantia de Segurança e Ordem", disse. "Olha a maluquice, os bolsonaristas criam uma desordem e, com base nisso, o presidente fica no poder."

"Felizmente não tem apoio de ninguém que é sério", disse Pinheiro, se referindo aos governadores que o apoiaram nas eleições.

Presidente da OAB-SP: Há mais barulho em ato do que risco real de golpe

A presidente da OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil de São Paulo), Patrícia Vanzolini, afirmou que vê a escalada de atos golpistas dos manifestantes pró-Bolsonaro mais como barulho do que risco real. Em entrevista ao UOL News, ela afirma que a situação é preocupante, mas o estado pode dar conta dessa questão.

"Avalio que há mais barulho do que risco real, a situação em si é preocupante. Não tivemos história disso", disse.

Ela cita as eleições passadas, na qual o próprio presidente Jair Bolsonaro (PL) foi eleito. "Em 2018, muitos eleitores ficaram insatisfeitos com a eleição de Bolsonaro e não houve nada próximo a isso. É algo sem precedentes na nossa história democrática".

Vanzolini diz que isso faz parte de uma "uma minoria barulhenta". "Me parece que é uma minoria barulhenta e insurgente do que a grande maioria do povo brasileiro", afirmou. "Acho que nossas instituições funcionando podem dar conta".

Apesar das instituições estarem coibindo esses atos, ela considera que "uma manifestação do presidente da República desautorizando essa conduta seria importante".

Sakamoto: Bolsonaro quer o caos para evitar prisão e prejudicar Lula

O colunista do UOL Leonardo Sakamoto avalia que o presidente Jair Bolsonaro (PL) quer o "caos" para prejudicar o mandato do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ao UOL News, ele disse que o silêncio do chefe do Executivo é "criminoso".

Sakamoto citou que até mesmo os governadores Romeu Zema (Novo), Rodrigo Garcia (PSDB) e Cláudio Castro (PL), que apoiaram a reeleição de Bolsonaro, não querem a continuidade desses atos.

"Uma coisa é política, outra coisa é bandidagem. O que o Zema, Castro e Garcia tão mostrando com isso é que eles não são bandidos, ao contrário da ação criminosa de bolsonaristas em todo o Brasil e do silêncio criminoso de Jair Bolsonaro, que está fomentando um golpe de estado".

Segundo o colunista, eles querem "governar" e garantir que tudo corra bem. "Eles estão deixando claro: a eleição acabou. Bora governar e garantir que as coisas funcionem", disse. "Para Bolsonaro, não há interesse que as coisas funcionem. Interessa que a situação fique o caos para que Lula assuma o país no caos".

Além disso, Sakamoto afirma que esse caos interessa a Bolsonaro para evitar que ele seja preso, devido à "grande quantidade de pessoas ligadas a esse discurso dele". "Isso aumenta o custo de prisão do Bolsonaro", falou. "O que o Bolsonaro está fazendo é promover o ódio".

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