Topo

Esse conteúdo é antigo

Após voto em Lula, Tasso diz que PSDB não deve ocupar cargos no governo

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o senador Tasso Jereissati (PSDB) em declaração de apoio durante a campanha, em São Paulo - Ricardo Stuckert
O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o senador Tasso Jereissati (PSDB) em declaração de apoio durante a campanha, em São Paulo Imagem: Ricardo Stuckert

Colaboração para o UOL, em Maceió

09/11/2022 14h41

O senador do Ceará Tasso Jereissati defende que o PSDB deve se posicionar como uma "oposição não sistemática", sem integrar a base de aliados ou mesmo ocupar cargos no futuro governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Ex-presidente do PSDB, Tasso foi um dos principais tucanos a declarar apoio a Lula durante o segundo turno das eleições, em oposição ao presidente derrotado Jair Bolsonaro (PL).

Agora com o petista eleito, o parlamentar cearense afirmou, em entrevista ao Globo, que Lula prometeu fazer um "governo aberto", sem ser pautado exclusivamente "pelas agendas do PT". O tucano diz que vai esperar para ver como de fato se dará a nova gestão, mas, de antemão, reafirma seu ponto de que o PSDB "tem que ficar independente".

"Na minha opinião, nós devemos fazer uma oposição não sistemática, como fizemos no primeiro governo do Lula, aprovando vários projetos de interesse dele. O presidente Lula está se propondo a fazer um governo de coalizão que conjugue várias tendências e pensamentos. Então, vamos esperar para ver até que ponto vai a nossa oposição. Na minha opinião, o partido não deve ter cargos nem integrar a base de governo, tem que ficar independente", declarou.

Tasso Jereissati também falou que o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB), embora tenha deixado o PSDB no ano passado, ainda "tem jeito, cara e mente de tucano".

"O Geraldo pode mudar de partido, mas ele tem jeito de tucano, cara de tucano e mente de tucano. Não tem jeito! Todo mundo olha para ele e acha que é um tucano. E nós ainda temos uma ligação e uma interlocução muito forte com ele", destacou.

PT quer apoio dos tucanos. Embora defenda que o PSDB se mantenha como partido de oposição ao governo Lula no Congresso, o PT articula o apoio dos tucanos para a base aliada, junto com parlamentares de legendas mais ao centro, como o MDB, o PSD e até mesmo o PP do presidente da Câmara Arthur Lira (AL), com quem o presidente eleito se reuniu hoje.

Acenos. Já em fase de transição, Lula tem dado acenos de que, sim, sua nova administração será mais ampla, com menos petistas em cargos importantes. Para auxiliar na formulação de projetos na área econômica, por exemplo, o PT escalou economistas renomados e ligados ao PSDB, como os "pais do plano real" André Lara Resende e Pérsio Arida.