PRF: rodovias federais tem 21 bloqueios e interdições por atos golpistas

As rodovias federais têm 21 registros de bloqueios e interdições, segundo boletim divulgado pela PRF (Polícia Rodoviária Federal) às 16h20 (horário de Brasília) deste domingo (20). Mato Grosso e Rondônia concentram as ocorrências.

A cidade de Luís Eduardo Magalhães, na Bahia, uma das duas cidades baianas em que Jair Bolsonaro (PL) teve mais votos que Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e conhecida como capital do agronegócio no Nordeste, possui um bloqueio. Ao todo, são 12 interdições parciais e 9 bloqueios totais em todo o país.

A PRF de Rondônia tem feito o levantamento separado da PRF Brasil. De acordo com o último balanço, divulgado às 17h05 (horário local) de hoje, foram registrados 7 pontos de bloqueios ou interdições no estado. No boletim anterior, das 14h05, eram 8 pontos de bloqueios ou interdições.

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Segundo a PRF-RO, caminhões foram queimados e saqueados em Ariquemes durante a madrugada de hoje. Veículos também foram depredados no local. Um homem foi preso.

Em Vilhena, município rondoniense, oito pessoas foram presas durante desbloqueio. A ação foi feita em operação conjunta pela PRF-RO, a Polícia Militar do Estado de Rondônia e a Força Nacional de Segurança Pública. Segundo a PRF, os detidos fazem parte de lideranças identificadas anteriormente.

A PRF ainda informou que já desfez 1.236 manifestações. Os bloqueios são feitos por manifestantes que defendem um golpe após a vitória do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) contra o presidente Jair Bolsonaro (PL), no segundo turno.

No balanço anterior, divulgado às 14h58 de hoje, a PRF disse haver 12 bloqueios em estradas federais e outras 17 interdições. Santa Catarina, Paraná e Pará também apresentaram ocorrências, mas bloqueios foram liberados.

Veja as cidades que possuem bloqueios:

• Luiz Eduardo Magalhães (BA);
• Sapezal (MT);
• Pontes e Lacerda (MT);
• Sorriso (MT);
• Matupá (MT);
• Campos Novo dos Parecis (MT);
• Campos de Júlio (MT);
• Água Boa (MT);
• Sinop (MT).

Cidade com cerca de 92 mil moradores no interior de Mato Grosso, Sorriso tem mais da metade dos suspeitos de financiar os atos golpistas.

Veja quais pontos estão bloqueados ou interditados em Rondônia:

• BR-364, km 1070 - Distrito de Nova Califórnia;
• BR-364, km 1040 - Distrito de Extrema;
• BR-364, km 938 - Distrito de Vista Alegre do Abunã;
• BR-364, km 797 - Distrito de Jaci Paraná (Próximo a ponte);
• BR-435, km 120 - Cerejeiras;
• BR-425, km 96 - Nova Mamoré;
• BR-435, km 84 - Colorado do Oeste.

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STF bloqueou contas de suspeitos de financiar atos

Alexandre de Moraes, ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou o bloqueio das contas bancárias de 43 pessoas físicas e empresas suspeitas de bancar essas manifestações.

"Propagar o descumprimento e desrespeito ao resultado do pleito eleitoral [...], com consequente rompimento do Estado Democrático de Direito e a instalação de um regime de exceção", diz o documento assinado pelo ministro.

Entre os financiadores está Atilio Elias Rovaris, empresário do agronegócio e piloto amador de rally responsável por uma doação de R$ 500 mil para a campanha de Bolsonaro. Ele foi procurado, mas não quis se manifestar.

Somados, os suspeitos de financiar os atos golpistas foram responsáveis também pelo pagamento de R$ 1,3 milhão destinados à disputa eleitoral.

MPF cogita omissão de PRF em atos golpistas

Na última segunda-feira (14), o MPF (Ministério Público Federal) do Rio de Janeiro pediu o afastamento por 90 dias de Silvinei Vasques, diretor-geral da PRF (Polícia Rodoviária Federal). No pedido, a entidade argumenta que ele fez uso indevido do cargo ao pedir votos irregularmente para Bolsonaro durante a campanha presidencial.

O MPF cogita, inclusive, que a conduta de Silvinei possa ter interferido na atuação da PRF durante os bloqueios golpistas nas rodovias federais.

"Após o anúncio do resultado das eleições, instalou-se no país um clima de instabilidade o qual demandou a atuação imediata de vários órgãos. Não se pode afastar, de plano, que as manifestas preferências do requerido tenham influenciado e possam vir influenciar a condução das ações da PRF durante este momento de crise", cita a ação.

No dia seguinte ao pedido de afastamento, Silvinei entrou de férias. A PRF não informou quanto tempo Vasques ficará fora da função. O UOL Notícias questionou quem substituiria Vasques, mas não recebeu resposta.