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Deputado negro eleito diz que foi tratado como 'suspeito' pela PM na Alep

Renato Freitas, ex-vereador de Curitiba, foi eleito deputado estadual pelo Paraná - Bruno Santos/Folhapress
Renato Freitas, ex-vereador de Curitiba, foi eleito deputado estadual pelo Paraná Imagem: Bruno Santos/Folhapress

Do UOL, em São Paulo

24/11/2022 16h04Atualizada em 24/11/2022 16h04

O deputado estadual eleito pelo Paraná Renato Freitas (PT) acusou policiais militares da Alep (Assembleia Legislativa do Paraná) de terem o ameaçado e o chamado de "suspeito".

Em vídeo divulgado nas redes sociais do próprio deputado, que é negro, Freitas disse que enquanto acompanhava uma sessão no local, um dos seguranças teria dito a um PM que "ficasse de olho" nele. O momento da fala, no entanto, não foi captado por filmagens.

Renato então discute com o homem que teria dito as palavras ofensivas e que o chama de "covarde" por não confirmar as agressões verbais. O segurança em questão é registrado e sorri.

Em outro momento da publicação, um funcionário da Casa Legislativa acalma Renato Freitas e solicita que ele formalize uma denúncia para que as providências possam ser tomadas.

O UOL entrou em contato com a Polícia Militar do Paraná e aguarda retorno.

Renato Freitas viveu polêmica como vereador

Freitas teve seu mandato de vereador cassado após participar de um protesto antirracista dentro de uma igreja, na capital paranaense, no início do ano.

No mês de fevereiro, ele entrou na Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, em Curitiba, com um grupo de militantes após o assassinato de Moïse Mugenyi Kabagambe e de Durval Teófilo Filho, dois homens negros.

Por causa desse episódio, ele chegou a ser cassado pela segunda vez em agosto por quebra de decoro parlamentar. A primeira cassação havia sido suspensa porque o Poder Judiciário compreendeu que havia ocorrido descumprimento do regimento interno.

No entanto, o ministro Luís Roberto Barroso, do STF (Superior Tribunal Federal), reestabeleceu o mandato do vereador em setembro. Com a suspensão, Freitas pôde participar das eleições deste ano.

Em sua decisão, Barroso apontou o racismo estrutural como uma das razões pela qual o vereador havia sido punido.

Renato Freitas foi eleito deputado estadual pelo Paraná posteriormente, com 57.880 votos, o 19º mais bem votado para o cargo.