Lula diz que destituição de Castillo é constitucional e reconhece Boluarte
O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), lamentou a situação do Peru e desejou "êxito" para o governo de Dina Boluarte, que assumiu a presidência após a aprovação do impeachment de Pedro Castillo por "incapacidade moral". Para o petista, a destituição de Castillo seguiu "marco constitucional".
"Acompanhei com muita preocupação os fatos que levaram à destituição constitucional do presidente do Peru, Pedro Castillo. É sempre de se lamentar que um presidente eleito democraticamente tenha esse destino, mas entendo que tudo foi encaminhado no marco constitucional", disse Lula.
Brasil classifica ato de Castillo como 'violação à democracia'. O governo brasileiro de Jair Bolsonaro disse ver com "preocupação" a crise política do Peru, e classificou o ato de Pedro Castillo como "violação à vigência da democracia e do Estado de Direito". Na mesma nota, o Brasil também reconheceu Dina Boluarte como nova presidente peruana.
Hoje, mais cedo, o então presidente peruano anunciou que iria dissolver o Congresso Nacional e instituir um "governo de emergência excepcional". Em um vídeo publicado nas redes sociais, Castillo acusa o Congresso de impedi-lo de governar.
O futuro presidente do Brasil disse que o Peru e a América do Sul precisam de "diálogo, tolerância e convivência democrática", para "resolver os verdadeiros problemas". Lula também desejou que Boluarte tenha sucesso para "reconciliar o país e conduzi-lo no caminho do desenvolvimento e da paz social".
"Espero que todas as forças políticas peruanas trabalhem juntas, dentro de uma convivência democrática construtiva, a única forma capaz de trazer paz e prosperidade ao querido e fraterno povo peruano", continuou.
Primeiro discurso em tom de conciliação. Em seu primeiro discurso, Boluarte reconheceu a preocupação dos peruanos com "a difícil conjuntura" do país. A nova presidente disse que governar o Peru "não será tarefa fácil", que vai priorizar a economia e combater a corrupção, e defendeu a urgência de uma reforma política.
Boluarte é a primeira mulher presidente o país, e a 6ª pessoa a ocupar o cargo desde março de 2018. O mandato terminará em julho de 2026.
A nova presidente também pediu unidade e "um amplo processo de diálogo entre todas as forças políticas representadas ou não no Congresso" para buscar as mudanças que o país precisa. Dina Boluarte ainda solicitou "uma trégua política" para implantar o novo "governo de unidade nacional".
Castillo foi preso pela polícia. O procurador-geral do Estado, Daniel Soria, apresentou uma denúncia criminal contra Castillo pela "suposta prática dos delitos de sedição, abuso de autoridade e grave perturbação da tranquilidade pública".
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