O colunista do UOL Chico Alves afirmou durante participação no UOL News que o PT não tem uma saída para a aprovação da PEC da Transição que não seja a negociação do Ministério da Saúde com Arthur Lira (PP-AL). Uma apuração do também colunista do UOL Tales Faria apontou que Lira ofereceu ao futuro governo o voto a favor da PEC de 150 deputados em troca do comando da pasta da Saúde.
"Acho que não tem muita saída e o PT ainda tem o trauma do impeachment, que começou e o gatilho foi uma briga entre o PT e o futuro presidente da Câmara, Eduardo Cunha, que depois inviabilizou qualquer reação do PT quando chegou ao poder. Então acho que o PT não vai querer repetir uma briga com o presidente da Câmara e vamos ver como vai sair disso", afirmou.
Chico também criticou a composição do Congresso a partir de 2023, dizendo que o eleitor escolheu para ocupar os cargos os mesmos deputados que estão "afinados com esse tipo de troca-troca", ou então novos congressistas que também são alinhados a essa prática. Ainda de acordo com o colunista do UOL, os números apresentados para o Orçamento de 2023 são "ridículos" e por isso, o governo precisará dessa negociação para aprovar a PEC.
"Essa negociação está longe de ser republicana. Isso é troca de recursos e não é uma boa negociação e nem republicana. Infelizmente quando o eleitor dá a esses personagens um mandato, ele empareda o Poder Executivo que vai ser obrigado a negociar", finalizou.
Orçamento de 2023 é o pior da história, e PEC veio para salvá-lo, diz senador
"Chegamos no orçamento deste ano sem dinheiro para merenda escolar, Farmácia Popular, saúde indígena, habitação popular e com o orçamento do DNIT absolutamente insustentável. Então, essa PEC veio salvar o nosso orçamento e fazer com que nosso país continuasse andando a partir do próximo ano", afirmou o senador Marcelo Castro (MDB-PI), relator da PEC, durante o UOL News.
"Sem essa PEC o orçamento do Brasil seria um caos. Nós não temos como fechar o orçamento porque só o aumento do Bolsa Família previsto para o próximo ano são R$ 70 bilhões, então não tem no orçamento que veio. Não tinha de onde tirar porque já não tinha dinheiro para nada", completou.
STF escolheu hora inoportuna para julgar orçamento secreto, diz senador
O senador também criticou o momento escolhido pelo STF (Supremo Tribunal Federal) para julgar o orçamento secreto. Na avaliação de Castro, o momento é "inoportuno" e pode acabar prejudicando uma provável aprovação da PEC da Transição.
"Não estou criticando o Supremo e de maneira nenhuma essa é a intenção, mas achei muito inoportuno a hora que o Supremo escolheu para julgar essa matéria. Nós já estamos com uma dificuldade imensa de aprovar essa PEC", disse o senador.
"Estamos com o pior orçamento talvez da nossa história. Aí junto de todos esses problemas que nós estamos enfrentando, ainda vem essa questão da emenda de relator. Nós sabemos que isso traz apreensão e preocupação com os deputados. É mais um ingrediente de desagregação e de problemas que vão somar. O ideal é que o Supremo tivesse julgado isso há um mês, dois meses ou seis meses", completou.
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