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Com Lula, irmã de Marielle sinaliza apoio a federalizar investigação

Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial - TON MOLINA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial Imagem: TON MOLINA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO

Do UOL, no Rio

03/01/2023 16h18

Ministra da Igualdade Racial e irmã da vereadora Marielle Franco, assassinada em 2018, Anielle Franco sinalizou apoio à proposta de federalização do caso (passando as investigações para a Polícia Federal), feita ontem por Flávio Dino, durante a sua posse como ministro da Justiça,

Dino afirmou que encontrar os mandantes do assassinato de Marielle seria uma das prioridades de sua gestão.

Em entrevista à Globo News, Anielle cobrou a identificação dos mandantes da morte de Marielle e do motorista Anderson Gomes —o caso completará 5 anos em março. As investigações sofreram diversas idas e vindas ao longo desse período, com diversas trocas no comando das investigações na Polícia Civil e no Ministério Público do RIo de Janeiro.

"Ainda não paramos para conversar sobre a decisão final da família, mas acho que [a troca de governo] muda um pouco [a posição da família] também. Sei que tem que ter imparcialidade, mas ter também o apoio de um ministro que apoia, senta e pode conversar" Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial

  • Em 2019, no início do governo Bolsonaro, a então procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu a federalização do Caso Marielle;
  • A decisão ocorreu após investigação da Polícia Federal constatar que houve obstrução da investigação realizada por autoridades do Rio;
  • Na ocasião, a família de Marielle Franco foi contrária à federalização, assim como o MP do Rio;
  • Anielle disse que a saída de Bolsonaro --que sempre atacou Marielle-- deve mudar o entendimento de sua família.

"[Deve mudar] Por vários motivos, mas principalmente por estarmos saindo desses quatro anos tenebrosos"

"Acho que esperança [de que o caso seja solucionado] a gente nunca perdeu"

Anielle revelou ainda que sua família tem uma preocupação com sua segurança após aceitar o cargo —ela sofre ameaças desde o assassinato de Marielle. Por isso, solicitou um esquema de segurança ao governo federal.

"Aconteceram vários pedidos desde 2018 para entrar na política e eu neguei todos. Por vários motivos, mas principalmente por segurança. Eu já sofri algumas ameaças. Mas ao mesmo tempo eu entendi que por mais que eu fugisse, ela [a política] já estava dentro de mim. A gente já começou a pedir, sim, segurança. E para além disso, minha mãe pediu para todo mundo que encontrou pela frente na posse de Lula: 'cuida da minha filha'".

Estrutura do Ministério da Igualdade Racial

Anielle revelou que o Ministério da Igualdade Racial, comandado por ela, terá três secretarias, responsáveis por tocar as prioridades na atuação da pasta:

  • Combate ao racismo
  • Ações afirmativas
  • Povos Quilombolas

A secretária executiva será Roberta Eugênio, mestra em direito pela Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro). Anielle ressaltou que sua pasta terá uma atuação transversal em todo o governo, mas ressaltou que será necessário ampliar o orçamento da área. "Antes do golpe contra a presidenta Dilma [o ministério] tinha R$ 77 milhões [de orçamento], e agora está com R$ 4,5 milhões", afirmou.

Segundo a ministra, os temas prioritários de atuação serão:

  • Combate ao genocídio da juventude negra
  • Reforço de ações afirmativas e da Lei de Cotas