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Ives Gandra minimiza minuta golpista de Torres: 'Bolsonaro não assinaria'

Colaboração para o UOL, em São Paulo

13/01/2023 13h11

O jurista Ives Gandra Martins disse, em participação no UOL News, que não vê validade jurídica na minuta golpista encontrada pela Polícia Federal na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres e que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não assinaria o documento.

O estado de defesa, como está escrito no papel, não teria a menor possibilidade de ser assinado pelo presidente e avalizado pelo Congresso Nacional".

Na visão do jurista, que em outubro declarou ao UOL seu voto em Bolsonaro e elogiou sua gestão, o documento "é apenas um papel". A minuta está sendo tratada como um plano preparado para melar as eleições e implementar um golpe de estado.

Não é documento, é um papel que não tem nenhuma validade jurídica. Até porque é um papel que cuida de uma situação absurdamente impossível".

Mesmo se fosse levado a Bolsonaro, ele não assinaria o documento, acredita o jurista.

Se por acaso ele levasse isso ao presidente, o presidente não assinaria porque ninguém poderia indicar para assinar".

Torres deve ter guardado provas golpistas mais importantes do que minuta, diz Madeleine

A colunista do UOL Madeleine Lacsko classificou como "estranho" a minuta ser encontrada na casa de alguém que é da força de segurança.

Ele está dizendo que deram para ele. E se foi ele que escreveu? E se além desse tiver diversos outros? E se ele estava fazendo diversos planejamentos diferentes? E se ele sabia de mais coisas? Creio que há outras provas muito mais importantes, principalmente em computadores, celulares e provas que ele vai poder fazer com delação premiada ou testemunho. Esse papel ali quer dizer o quê? Nós não sabemos o que ele quer dizer".

Torres deveria ter dado voz de prisão para quem entregou minuta golpista, diz Tales Faria

O colunista do UOL Tales Faria afirmou que, caso alguém tenha dado a minuta golpista para Torres, o ex-ministro deveria ter dado voz de prisão a quem fez isso.

Ao receber de quem entregou essa proposta de crime a ele, eu creio que ele deveria ter dado voz de prisão, já que ele é uma autoridade".

Tales também disse que, mesmo se o crime não tiver sido cometido, quem tentou precisa se explicar.

Eu posso dizer assim: 'Vou matar o fulano de tal' para o ministro da Justiça, ele não tem que saber se vou conseguir ou não vou conseguir, ele tem que dizer: 'Meu filho, recolha-se e explique lá sua tentativa de crime'".

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