Topo

Esse conteúdo é antigo

Comandante da PM saiu de folga dias antes de atos golpistas, diz site

8.jan.2023 - Manifestantes golpistas invadem o Congresso, em Brasília - Evaristo Sá/AFP
8.jan.2023 - Manifestantes golpistas invadem o Congresso, em Brasília Imagem: Evaristo Sá/AFP

Do UOL, em São Paulo

16/01/2023 08h36Atualizada em 16/01/2023 11h39

Jorge Eduardo Naime, então comandante de Operações da Polícia Militar do Distrito Federal, pediu dispensa entre os dias 3 e 8 de janeiro, segundo documentos obtidos pelo site Metrópoles.

O último dia de folga coincide com a data da invasão contra os Três Poderes em Brasília, quando bolsonaristas invadiram e destruíram os prédios, obras de arte, além de furtar armas e outros objetos.

As folgas foram autorizadas no dia 5 pelo gabinete do então comandante-geral Fábio Augusto. O pedido e a concessão da dispensa aconteceram em meio a convites para a "Festa da Selma", código usado por bolsonaristas para a convocação dos atos terroristas em Brasília.

O UOL procurou a assessoria de imprensa da Polícia Militar do Distrito Federal e aguarda retorno.

O Metrópoles diz que, apesar da folga, Jorge Naime foi convocado de emergência e atuou no dia da invasão. Alvo de uma investigação na corregedoria da PM por supostamente permitir a fuga de bolsonaristas, o PM nega que tenha feito corpo mole e diz que agiu com o rigor da lei.

Jorge Naime, Fábio Augusto e outros 11 servidores da da Secretaria de Segurança Pública do DF foram exonerados do cargo em 10 de janeiro pelo interventor no Distrito Federal, Ricardo Cappelli.

Segundo o Metrópoles, chamou atenção da cúpula do governo Lula (PT) a coincidente ausência de Jorge Naime e de Anderson Torres, ex-secretário de Segurança do DF, no dia 8 de janeiro.

A PM nega que tenha facilitado a ação de bolsonaristas. Vídeos e fotos mostram que a PM escoltou os golpistas até a Praça dos 3 Poderes. Também há imagens de agentes tomando água do coco e tirando selfies enquanto o grupo avançava em direção aos prédios públicos.