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Ex-aliado de Bolsonaro e agora apoiado pelo PT: quem é Rodrigo Pacheco

O presidente reeleito do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) - Divulgação/Jefferson Rudy/Agência Senado
O presidente reeleito do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) Imagem: Divulgação/Jefferson Rudy/Agência Senado

Colaboração para o UOL, em Florianópolis

01/02/2023 19h19Atualizada em 01/02/2023 19h19

Reeleito presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) vai comandar a Casa por mais dois anos. Ele venceu o bolsonarista Rogério Marinho (PL-RN) ao conquistar 49 votos enquanto o seu adversário obteve 32. Agora apoiado pela bancada do PT, Pacheco viveu cenário diferente em 2021, em sua primeira eleição, por ter sido bancado pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL).

Quem é Rodrigo Pacheco

  • Nascido em Porto Velho, Rondônia, Rodrigo Otavio Soares Pacheco foi criado na cidade de Passos, em Minas Gerais, e se mudou para Belo Horizonte quando jovem, onde cursou direito pela PUC Minas (Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais).
  • Enquanto advogado, atuou na área criminalista e integrou a banca de defesa dos dirigentes do Banco Rural, réus do mensalão.
  • Ele foi favorável ao processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), em 2016, e já ocupou o cargo de conselheiro seccional da OAB-MG (Ordem dos Advogados de Minas).
  • A família de Pacheco é conhecida em Minas Gerais por ser dona de uma empresa de transporte terrestre.
  • Pacheco é tido de perfil discreto, com foco nos bastidores, e está em seu primeiro mandato no Senado. Antes de chegar à Casa, ele se elegeu deputado federal em 2014 pelo MDB.
  • Pacheco tentou ser prefeito de Belo Horizonte, em 2016, mas não obteve sucesso. Em 2018, foi eleito senador.
  • Enquanto deputado federal, ele presidiu a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara na época em que se discutiam as acusações contra o então presidente da República Michel Temer (MDB).
  • Em sua primeira eleição para a presidência do Senado, foi apoiado por Jair Bolsonaro (PL) e apadrinhado por Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), que ocupava o referido cargo.
  • Na última legislatura, rompeu com o bolsonarismo ao se opor às pautas de extrema-direita na Casa Alta e quando se colocou como pré-candidato ao Palácio do Planalto.
  • Na sua recondução ao comando da Casa, teve apoio da bancada do PT e antagonizou a disputa com Marinho, candidato do agora ex-aliado Jair Bolsonaro.

Como foi a disputa

  • Pacheco teve forte apoio do governo Lula que entrou na eleição negociando cargos e acordos para aumentar o placar. Até o último minuto, o líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), articulou ao lado de Davi Alcolumbre para garantir a vitória do senador mineiro.
  • Em um aceno à direita, que cresceu na casa na última eleição, Pacheco sinalizou com a possibilidade de deixar avançar pautas que limitem os poderes do STF. Os aliados de Marinho defendem o impeachment de ministros como Alexandre de Moraes, responsável pelos inquéritos contra Bolsonaro, mas Pacheco nunca deu prosseguimento aos pedidos.
  • O senador Eduardo Girão (Podemos-CE), que concorria ao pleito, desistiu da sua candidatura, antes do início da eleição para apoiar a candidatura de Marinho.
  • Como gesto de apoio a Pacheco, dez integrantes do governo Lula foram à Casa para acompanhar a eleição.