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Bolsa Família exigirá atestado de vacinação de crianças, diz Lula

Do UOL, em São Paulo e no Rio

06/02/2023 17h07Atualizada em 06/02/2023 19h48

O presidente Lula (PT) afirmou hoje que uma das condicionantes para receber o Bolsa Família será ter a carteira de vacinação das crianças em dia.

Lula atacou o antecessor Jair Bolsonaro (PL) pela campanha de desinformação promovida por ele contra a vacinação e cobrou que as mães levem seus filhos para receberem os imunizantes obrigatórios.

Nós tivemos nos últimos tempos a maior campanha que já vi alguém fazer do negacionismo de uma vacina. Nunca imaginei um presidente mentindo tão descaradamente sobre os benefícios de uma vacina.
Lula

O presidente citou três pré-requisitos previstos no novo Bolsa Família —que agora pagará R$ 600 por família—, com um adicional de R$ 150 extras para cada criança de até seis anos.

  • A matrícula das crianças na escola
  • A carteira de vacinação em dia
  • O acompanhamento pré-natal completo de mães que estiverem grávidas

O governo Bolsonaro —que rebatizou o Bolsa Família de Auxílio Brasil— deixou de acompanhar o cumprimento das condicionantes, o que na prática acabou com a exigência.

Campanha para estimular vacinação. O Ministério da Saúde anunciou uma campanha nacional de estímulo à vacinação. A ministra Nizia Trindade afirmou hoje que o governo ainda não conseguiu estimar ao certo o impacto da campanha negacionista do governo Bolsonaro sobre os índices de vacinação.

Lula cobrou que as mães levem as crianças para serem vacinadas.

Pelo amor de Deus, a gente não pode ser ignorante ao ponto de achar que não tem que tomar vacina. Uma mãe que não leva um filho para tomar a vacina contra a paralisia infantil, eu fico me perguntando que amor é esse.

Hoje, além da propaganda, é preciso convencer as pessoas. É preciso convencer o pai e a mãe que uma criança tem que tomar vacina para o bem da criança e para o bem da família.

As declarações foram feitas hoje em evento no Rio de Janeiro, onde o presidente inaugurou, ao lado do prefeito Eduardo Paes (PSD), o Super Centro Carioca de Saúde. Com o equipamento, a Prefeitura do Rio promete zerar até julho a fila de pacientes da oftalmologia, hoje de 136 mil pessoas.

Castro é vaiado. Em um clima favorável a Lula e Paes, o público vaiou o governador do Rio, Cláudio Castro (PL), quando ele foi chamado a discursar.

Castro é apoiador de Bolsonaro e adversário de Paes na política fluminense.

Deslocado, ele pediu união entre as esferas de governo.

O que importa não é o que cada um faz, o estado, o governo federal e a prefeitura fazem. É o que nós fazemos juntos. Juntos nós temos a missão de olhar para o povo que tanto precisa.
Cláudio Castro (PL), governador do Rio

"Não há divisão, há união. E essa união é o que a gente precisa para tirar cada vez mais do papel unidades como ela."

Paes exalta Lula e mira apoio do PT. Em busca da reeleição, Paes exaltou a volta de Lula, seu antigo aliado, à presidência. Ele negocia o apoio do governo federal e do PT à sua candidatura em 2024.

Independente de crença política, se o sujeito acredita nisso ou naquilo, eu acredito em uma coisa chamada postura. Vocês não sabem a alegria de ter um presidente visitando o Rio e somando forças.
Eduardo Paes (PSD), prefeito do Rio, em referência a Lula

"Não existe no Brasil político de nível nacional que tenha a compreensão que o presidente Lula tem de saber que o Rio precisa ir bem para o Brasil ir bem."

Paes ainda brincou com a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, a respeito de sua campanha à reeleição: "Estamos entendidíssimos", afirmou.

Após o apoio de Paes à vitória de Lula, o PT passou a fazer parte da base do prefeito na Câmara, indicando também cargos para o governo.