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Carpas no Alvorada foram presente de imperador japonês

Carpas viviam no espelho d"água do Palácio da Alvorada - Divulgação / www.gov.b / Ichiro Guerra
Carpas viviam no espelho d'água do Palácio da Alvorada Imagem: Divulgação / www.gov.b / Ichiro Guerra

Laís Seguin

Colaboração para o UOL

11/02/2023 04h00

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro negou que tenha mandado matar os peixes da espécie carpa que viviam no espelho d'água do Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente da República em Brasília, para poder recolher as moedas que eram jogadas no local por turistas. Um funcionário do governo relatou ao jornal Metrópoles que os peixes, todos carpas ornamentais originárias do Japão, não resistiram depois de o espelho d'água ter sido seco para o recolhimento das moedas.

Carpas mantidas em aquários e lagos artificiais podem custar até R$ 20 mil, quando apresentam cores vivas e manchas bem definidas, como era o caso das que viviam no Palácio do Alvorada. Elas estão entre as principais espécies do mercado de peixes ornamentais, que movimenta R$ 700 milhões por ano no Brasil.

Essas carpas foram um presente do então imperador Hirohito (1901-1989) do Japão, ao Brasil. Em seu livro "Galope à beira-mar", o ex-presidente José Sarney, que governou o país de 1985 a 1990, conta que os animais foram doados e que, como não havia um protocolo específico, ficou decidido que seriam soltos no espelho d'água do Alvorada.

A carpa é um símbolo de força, persistência, bravura e sucesso. A espécie da carpa japonesa, conhecida no idioma como Koi, tem a capacidade de crescer de acordo com o tamanho do seu ambiente. Assim, num pequeno tanque, ela geralmente não passa de cinco ou sete centímetros de comprimento — mas pode atingir três vezes este tamanho, se colocada em um lago. Ou seja, para a cultura oriental, é uma forma de representar que as pessoas tendem a crescer de acordo com o ambiente que as cerca. Não fisicamente, mas com relação ao desenvolvimento emocional, espiritual e intelectual.

Michelle Bolsonaro se pronunciou sobre o assunto em uma publicação feita nas redes sociais na madrugada desta quarta-feira (8). Ela disse que as moedas foram doadas para uma instituição chamada Vila do Pequenino Jesus, no Distrito Federal, responsável por cuidar de 80 pessoas com deficiência.

Também mencionou que "a manutenção feita no espelho d'água é feita de forma periódica" e que em razão disso, sugeriu a limpeza dele e o recolhimento e destinação do dinheiro.

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do informado, as carpas não foram doadas no governo Collor e sim no governo do presidente José Sarney. A informação foi corrigida