CPMI do 8/1 não ajudaria e seria palco de lacração, diz cientista política
Em entrevista ao UOL News nesta terça, a cientista política Denilde Holzhacker vê com cautela o pedido de abertura de uma CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) para investigar os atos golpistas de 8 de janeiro. Ela considera que esta ação pode tumultuar as apurações, em vez de trazer novos elementos realmente úteis.
Uma CPI pode ajudar quando há de fato uma investigação acontecendo e traz informações para a Justiça. Do ponto de vista prático, não me parece que ela trará mais informações ou contribuir para fortalecer os processos judiciais. Ela será palco para uma atuação quase de lacração de alguns parlamentares. Olho com muita cautela se não criaríamos uma situação de mais turbulência e instabilidade. Denilde Holzhacker, cientista política
Para Denilde, o governo Lula também se mostra preocupado com os rumos que uma possível CPMI pedida pela oposição pode tomar, já que ela pode desviar o foco das investigações sobre os atos golpistas.
Toda CPMI tem seu início, mas nunca sabemos como ela termina, por isso há grande dúvida no governo em apoiar essa investigação agora. Ela tem função de dar espaço no Congresso aos grupos bolsonaristas e para uma oposição. Tudo indica que haverá uma negociação. Denilde Holzhacker, cientista política
Josias: Com atraso, Moraes descobre que golpistas civis e militares se lambuzam do bolsonarismo
Josias de Souza concordou com a decisão do ministro Alexandre de Moraes de que o STF também julgará os militares envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro. O colunista fez uma ressalva pela demora deste anúncio, mas espera que agora tanto civis como militares sejam punidos com o mesmo rigor pela invasão às sedes dos Três Poderes.
Só agora Alexandre de Moraes descobre que golpistas civis e militares se lambuzam da mesma maneira comendo manga ou digerindo a pregação gosmenta do bolsonarismo. Os golpistas militares foram lançados no mesmo caldeirão em que se encontram os militantes civis das falanges bolsonaristas e serão submetidos ao mesmo rigor. Josias de Souza, colunista
Economista: Governo usar a Petrobras contra alta de preços seria retrocesso
Na opinião do economista Adriano Pires, o possível uso da Petrobras pelo governo para abater a alta nos preços dos combustíveis com a reoneração de impostos seria um retrocesso. Indicado por Jair Bolsonaro à presidência da estatal, ele mostrou-se receoso quanto à forma como a atual equipe econômica equilibrará estes valores.
Meu receio é uma volta ao passado, que só prejudicou a Petrobras, os acionistas e a própria sociedade brasileira. Torço para que não se faça esse retrocesso de usar a Petrobras para evitar um aumento maior na bomba. O governo diz duas coisas que não consigo ligá-las: não quer perder arrecadação, mas também não quer aumentar tanto o preço para o consumidor. Isso está mal explicado. Adriano Pires, economista
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