Bolsonaro ganhou pistola de presente do governo dos Emirados Árabes em 2019
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ganhou uma arma de fogo de presente do governo dos Emirados Árabes Unidos na viagem que fez ao Oriente Médio em outubro de 2019.
O UOL apurou que o então presidente recebeu uma pistola como homenagem e, segundo fontes que acompanharam a viagem, a arma foi entregue a Bolsonaro quando ele já havia embarcado.
Na ocasião, o presidente passou 10 dias na região e também visitou o Qatar e a Arábia Saudita para "reforçar laços comerciais". Segundo a coluna de Guilherme Amado, do Metrópoles, Bolsonaro também ganhou um fuzil na viagem.
A reportagem do UOL questionou a defesa de Bolsonaro sobre a arma e onde ela está, mas ainda não teve retorno.
O TCU (Tribunal de Contas da União) determinou que todos os presentes recebidos em audiências oficiais com chefes de Estado são de propriedade da União. O entendimento do tribunal é de 2016 e inclui visitas oficiais ou viagens de estado ao exterior.
Nos últimos quatro anos, os Emirados passaram a ser um dos principais destinos da família Bolsonaro no mundo. Em maio de 2022, a bordo de um KC-390, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), o secretário de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, almirante Flavio Rocha, e o secretário de produtos do Ministério da Defesa, Marcos Degaut, embarcaram para uma suposta missão empresarial que percorreria diferentes países do Golfo e outros aliados do bolsonarismo.
O périplo incluiu os Emirados Árabes Unidos, Bahrein, Egito —e chegou a fazer uma parada até mesmo na Hungria, um dos poucos aliados do bolsonarismo na Europa.
O almirante Rocha liderou a suposta missão, que ainda incluiu o Iraque e tinha como motivo oficial ampliar a venda de equipamentos bélicos brasileiros para Bagdá. O grupo ainda passou por Marrocos, Omã, Kuwait, Qatar e Arábia Saudita.
Foi também naquele momento que Bolsonaro decidiu que indicaria Degaut como embaixador do Brasil em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes. A medida irritou o Itamaraty. A nomeação, porém, não conseguiu apoio no Senado e não foi concretizada.
Pelo entendimento do TCU, só podem ser levados pelo presidente no final do mandato "itens de natureza personalíssima" (como medalhas e honrarias concedidas em solenidades no Brasil e no exterior) ou produtos de consumo direto, como roupas, alimentos ou perfumes. Itens presenteados por governos estrangeiros devem ser incorporados ao patrimônio da União.
O ex-presidente e o ex-ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque terão de dar esclarecimentos sobre as joias recebidas do governo da Arábia Saudita. Eles negam irregularidades no caso.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.