Ao TSE aliados de Bolsonaro negam intenção de atacar sistema eleitoral
O deputado federal Filipe Barros (PL-PR) e o ex-deputado Major Vitor Hugo (PL-GO) negaram ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) qualquer intenção de atacar o sistema eleitoral. Ambos prestaram depoimento hoje (27) no processo que mira a inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação.
O que aconteceu?
- Barros e Major Vitor Hugo foram ouvidos como testemunhas da defesa de Bolsonaro na ação sobre a reunião dos embaixadores.
- O parlamentar foi quem obteve cópia do inquérito da PF sobre um ataque hacker ao TSE em 2018 --a invasão não atingiu as eleições.
- Mesmo assim, Bolsonaro usou o episódio para atacar o sistema eleitoral durante live em 2021.
- Major Vitor Hugo participou de uma live no dia 12 de agosto, data em que Bolsonaro divulgou os documentos do inquérito.
- Tanto Barros quanto Vitor Hugo negaram intenção de atacar as eleições; para ambos, era necessário ter um diálogo institucional e propositivo sobre a segurança das urnas, especialmente durante o debate da chamada "PEC do Voto Impresso";
- A proposta era defendida pelo governo e foi derrotada na Câmara dos Deputados; Filipe Barros era o relator da medida.
- O depoimento de Filipe Barros durou cerca de duas horas; Major Vitor Hugo falou por pouco mais de uma hora.
Quem mais foi listado por Bolsonaro para depor no TSE
- Os jornalistas Guilherme Fiuza e Augusto Nunes, da Jovem Pan;
- A comentarista política e ex-jogadora de vôlei Ana Paula Henkel, também da Jovem Pan;
A defesa de Bolsonaro pediu a oitiva dos comentaristas da Jovem Pan para que pudessem explicar "as reais e efetivas razões" do programa Os Pingos nos Is que teve "fraude eleitoral" como tema em agosto de 2022.
As oitivas de Augusto Nunes e Ana Paula Henkel foram suspensas em razão do horário e serão retomadas amanhã, às 14h, por videoconferência. Em relação ao depoimento de Fiuza, a defesa de Bolsonaro desistiu da oitiva hoje à tarde. Não houve justificativa sobre o motivo da desistência.
Minuta golpista era "folclórica", disse Torres
No último dia 16, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres prestou depoimento no mesmo processo e foi questionado sobre a minuta de decreto de teor golpista encontrada em sua residência pela Polícia Federal. A proposta buscava instaurar um estado de defesa no TSE — medida flagrantemente inconstitucional.
Segundo relatos obtidos pelo UOL, Torres respondeu a todas as perguntas e classificou o documento como "texto folclórico", "loucura" e "lixo". Questionado sobre a elaboração do documento, disse que "não sabe" quem foi o autor do texto.
Ação pede inelegibilidade de Bolsonaro por reunião com embaixadores
- Os depoimentos foram colhidos na ação de investigação eleitoral que mira Bolsonaro pela reunião com embaixadores estrangeiros no Palácio do Alvorada, em julho de 2022.
- Na ocasião, o então presidente reciclou mentiras contra o processo eleitoral --o evento foi transmitido pelas redes do governo.
- Autor da ação, o PDT acusa Bolsonaro de uso indevido dos meios de comunicação e abuso de poder político e pede a inelegibilidade do ex-presidente por oito anos.
- O partido está buscando acelerar o processo para garantir a condenação de Bolsonaro ainda neste semestre.
- Das ações contra Bolsonaro no TSE, esta é a mais avançada -- tanto o PDT como o Ministério Público já afirmaram que não vãomais produzir provas, o que garantiria a conclusão da instrução e o agendamento do julgamento.
- No TSE, a expectativa é que o caso fique para o próximo semestre.
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