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Gilmar Mendes associa Bolsonaro ao 8/1: 'Sonhava com episódios como esse'

Ministro Gilmar Mendes na sessão da 2ª Turma do STF - Nelson Jr./SCO/STF
Ministro Gilmar Mendes na sessão da 2ª Turma do STF Imagem: Nelson Jr./SCO/STF

Colaboração para o UOL, em São Paulo

15/05/2023 21h30

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes afirmou em entrevista hoje que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) "sonhava" com episódios como o do 8/1. Ao Jornal da Record, ele também rebateu as falas de que a Corte faz "ativismo".

O que Gilmar disse

Gilmar destacou que havia expectativa para uma "desordem institucional". "Não tenho nenhuma dúvida, embora tenha dialogado várias vezes com Bolsonaro, que, no fundo, ele sonhava com episódios como esse", disse.

Acompanhei especialmente o 7 de setembro de 2021, que tivemos uma tentativa de avanço de caminhões além do Itamaraty e rumo ao STF. Havia, no núcleo do poder, esse tipo de expectativa: teríamos uma desordem institucional que levaria à GLO (Garantia da Lei e da Ordem)".

O ministro também reagiu a críticas ao STF e citou a ação do Supremo durante a pandemia. "Que ativismo nós estamos falando? O governo reclamou muito da intervenção do Supremo na Saúde. Do que se tratou? O Supremo facilitou a edição de medidas provisórias, portanto, o Congresso pôde votar medidas provisórias mesmo de longe. Mas deu viabilidade para o próprio sistema".

Houve aquela pendência sobre a possibilidade de estados e municípios definirem as medidas a serem adotadas, e aquilo dependia só da União. Era uma situação muito cara para estados e municípios (...) O governo passou a vilanizar o Supremo Tribunal Federal. Os seus seguidores passaram a dizer que o governo Bolsonaro não fez uma política de saúde adequada porque o Supremo não deixou. Isso é um absurdo. Que política de saúde nós estávamos a falar? Cloroquina e uma tese de contaminação geral".

Gilmar Mendes acrescentou que a vacinação só começou devido ao STF, que decidiu pela obrigatoriedade da população tomar o imunizante, ainda mesmo em 2020, e que Eduardo Pazuello foi o "pior ministro da Saúde que o Brasil já teve em todas as suas fases de vida".

Foi naquele momento que o ministro [Ricardo] Lewandowski deu uma liminar mandando que começasse a vacinação. Só começou [a vacinação] com ordem do Supremo. Se estamos falando de ativismo, bendito ativismo".