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CPI do MST convidará Fávaro e Incra, mas rejeita levar Dino e Haddad

Do UOL, em Brasília

24/05/2023 16h21Atualizada em 24/05/2023 17h23

A CPI do MST se reuniu pela terceira vez hoje para votar os requerimentos.

O que aconteceu:

A comissão rejeitou propostas para ouvir ministros do governo Lula (PT), como Fernando Haddad, à frente da Fazenda; Flávio Dino, da Justiça; e Marina Silva, do Meio Ambiente. A ida de Haddad foi, inclusive, defendida pela presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (RS).

Entre os requerimentos aprovados, estão o convite ao ministro da Agricultura, Carlos Fávaro e ao Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), que foi invadido pelo MST em diversos estados recentemente.

Também foi acatado o pedido para envio de documentos sobre a organização da "feira do MST" em São Paulo no último mês. A deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP) pediu adição de informações do governo de São Paulo.

A feira foi apoiada diretamente pelo governador bolsonarista Tarcísio de Freitas, qual o financiamento e interesse do bolsonarista na feira do MST?"
Sâmia Bomfim ao solicitar informações do governo paulista

Deputados brigam por 1 minuto de silêncio

A deputada Talíria Petrone (PSOL-RJ) pediu 1 minuto de silêncio pelas vítimas de Pau D'Arco, massacre que completa hoje 6 anos. 10 camponeses foram mortos em operação policial no Pará.

O colega Éder Mauro (PL-PA) disse que, se o presidente concedesse, ele falaria durante todo o minuto.

A situação escalou, com Sâmia lendo o nome dos assassinatos, enquanto Talíria e apoiadores respondiam com "presente" e Éder rebatia com "bandido". Tenente-coronel Zucco (Republicanos-RS) não concedeu o tempo de homenagem.

Ânimos acirrados

Assim como na sessão de ontem, governistas reclamaram que a CPI não teria um objeto de investigação.

A deputada Sâmia questionou "quanto essa brincadeira vai custar?", em crítica à comissão (vídeo em destaque).

O deputado Lucas Redecker (PSDB-RS) rebateu, dizendo que "ninguém está aqui para passear, estamos para trabalhar".

Governistas descontentes

O deputado Valmir Assunção (PT-BA) disse estar "preocupado" com os requerimentos rejeitados: "Foi como se formou a mesa diretora, não ouviu ninguém, passou o rolo compressor".

Querem criminalizar os movimentos populares e querem fazer disso palanque político, é vontade da maioria do agronegócio para enfrentar a reforma agrária".
Valmir Assunção

Gleisi chegou a sugerir que o agronegócio fosse levado à comissão, o que foi rebatido pela deputada Caroline de Toni (PL-SC): "A CPI não é para investigar o agronegócio. Qual a finalidade de trazer lista de empresas do agro se elas não são investigadas? Vai exigir análise de dados sigilosos da empresa, é um desvio de finalidade. Deveria fazer quebra de sigilo dos integrantes do MST.