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Investigou PCC e condenou Lula: o que já fez juíza que deixou Lava Jato

Juíza Gabriela Hardt vai reassumir a Operação Lava Jato - Enéas Gomez/Divulgação
Juíza Gabriela Hardt vai reassumir a Operação Lava Jato Imagem: Enéas Gomez/Divulgação

Colaboração para o UOL, em São Paulo

24/05/2023 11h07Atualizada em 26/05/2023 12h09

A juíza federal substituta Gabriela Hardt reassumiu ontem a condução dos processos da Operação Lava Jato após o TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) afastar temporariamente Eduardo Appio, então titular da 13ª Vara Federal de Curitiba. Mas dias depois pediu para deixar a operação, segundo a GloboNews.

Quem é Gabriela Hardt

Ela ordenou a incineração de três toneladas de cocaína durante seu trabalho em Paranaguá, litoral do PR.

Hardt também foi juíza corregedora do presídio federal de segurança máxima de Catanduvas (PR), cargo em que foi responsável por inspecionar as condições de encarceramento e demandas dos detentos.

Ela é juíza federal substituta na 13ª Vara de Curitiba também desde 2009, mas seu nome só ganhou notoriedade em 2018, ao assumir, pela primeira vez e também de forma temporária, a Operação Lava Jato.

Na época, ela substituía o então juiz Sergio Moro, que aceitara ser ministro da Justiça no recém-eleito governo de Jair Bolsonaro (PL).

No cargo, ela foi responsável, em 2019, pela sentença que condenou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a 12 anos e 11 meses de prisão no caso que envolvia o sítio de Atibaia. A condenação foi anulada pelo STF dois anos depois.

Hardt foi criticada pela defesa de Lula tanto por elogiar Moro na sentença, quanto por supostamente plagiar o texto do ex-magistrado no caso do triplex do Guarujá, em 2017.

A defesa do presidente fazia as alegações com base em um engano cometido pela juíza, que chamou a propriedade de Atibaia de "apartamento" em sua decisão.

A magistrada também despachou ao lado de Luiz Antônio Bonat, juiz que assumiu a Lava Jato no mesmo ano em que ela leu a sentença de Lula.

Já em março deste ano, Gabriela Hardt foi responsável por autorizar a operação que prendeu nove membros do PCC, acusados de planejar um atentado contra Moro e seus familiares. A decisão foi tomada enquanto ela assumia a 9ª Vara Federal de Curitiba, também substituindo a titular Sandra Regina Soares, que estava de férias.

Hardt é natural de Curitiba e tem 47 anos. Ela se formou em Direito pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Prestou concurso para juíza federal em 2007 e foi nomeada ao posto pela primeira vez dois anos depois, então com 34 anos.