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CPI do 8/1: Investigar igrejas é separar joio do trigo, diz deputado pastor

Colaboração para o UOL, em São Paulo

05/06/2023 10h31Atualizada em 05/06/2023 10h34

O deputado federal e pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ) defendeu a investigação de igrejas evangélicas sobre sua participação nos atos golpistas de 8 de janeiro.

Todos os grupos que de alguma forma participaram da idealização, financiamento e logística de uma tentativa de golpe contra a democracia precisam ser investigados: políticos, empresários, influencers, religiosos. A extrema-direita política buscou o tempo inteiro uma aproximação com a extrema-direita religiosa. Essa relação se transformou em um projeto de poder de convocação autoritária. Henrique Vieira, deputado federal (PSOL-RJ), no UOL News

Em sua participação no UOL News, Vieira explicou que a CPI de 8 de janeiro traz uma oportunidade para "separar o joio do trigo" dentro das igrejas evangélicas e desmistificar que há uma perseguição a este grupo. Para o deputado, há líderes religiosos que se aproveitaram da fé das pessoas para colocar em prática seus planos particulares de poder.

É uma excelente oportunidade de fazer aquilo que Jesus nos ensinou: separar o joio do trigo. Há milhões de pessoas frequentando a igreja com amor e devoção, mas há lideranças com projeto de poder se utilizando da igreja e isso se materializou em uma tentativa de golpe, com financiamento, logística e apoio. Henrique Vieira, deputado federal (PSOL-RJ)

8/1: Tática tragicômica da extrema direita é quase atestado de culpa, diz deputado

Vieira considerou "tragicômico" o discurso dos bolsonaristas de que o próprio governo Lula estaria por trás do 8 de janeiro. O deputado afirmou ter em detalhes as informações necessárias para rebater a tese dos aliados de Jair Bolsonaro, com imagens e documentos que comprovariam a articulação dos apoiadores do ex-presidente nos atos golpistas.

Essa tática da extrema-direita é um pouco tragicômica. É um argumento frágil e quase um atestado de culpa: 'o governo não se defendeu bem do atentado que queríamos fazer contra o jogo democrático'. A extrema-direita tem dessas coisas. Quero investigar a fundo. Temos a cronologia do dia 6 ao dia 8 para desmontar a tese da extrema-direita de que a falha foi do governo Lula e do ministro Flávio Dino. Henrique Vieira, deputado federal (PSOL-RJ)

Couto: Deltan tenta politizar decisões judiciais e faz leitura inversa à do procurador Deltan

Ao analisar os ataques de Deltan Dallagnol ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Claudio Couto viu uma contradição nas falas do deputado federal cassado. O cientista político apontou que, se ainda atuasse como procurador, Deltan questionaria os argumentos utilizados pelo Deltan político.

Parece que Deltan tem mais convicções do que provas. Há uma tentativa de se politizar decisões judiciais. Não tenho dúvidas de que o procurador Deltan, que tinha uma postura draconiana, teria essa leitura. Mas o deputado Deltan prefere fazer uma leitura inversa à que o procurador Deltan fazia. Claudio Couto, cientista político

Couto: Evento de marketing de Bolsonaro e Musk resultou em contrabando de antenas

Couto condenou os resultados práticos do plano de Elon Musk de levar internet a escolas na Amazônia. Reportagem do UOL mostra que apenas três escolas estaduais receberam os equipamentos, que também pararam nas mãos de garimpeiros ilegais. O cientista político considerou o caso como um "contrabando de antenas".

Esse contrabando de antenas do Musk para o Brasil tem acontecido. Quando veio ao Brasil, Musk fez algo que sempre faz: se autopromover. Vir ao Brasil, encontrar-se com o presidente e dizer que resolveria o problema da comunicação na Amazônia faz parte desse marketing. Para Bolsonaro, idem. Foi um grande evento de marketing dos dois. Do ponto de vista concreto, não houve nada. Claudio Couto, cientista político.

Tales: Orçamento secreto comandado por Lira deu margem para roubalheira

Ao comentar o escândalo dos kits de robótica em Alagoas, Tales ressaltou que o esquema faz parte de um emaranhado de casos de irregularidades promovidas pelo orçamento secreto. O colunista ressaltou que a atuação do presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) foi decisiva para facilitar desvios de verbas.

Ainda vão aparecer mais coisas. Esse orçamento que o Arthur Lira geriu e comandou durante muito tempo deu margem a uma tremenda roubalheira porque não havia nenhuma vigilância. Agora, as emendas são determinadas, mas pelo menos são abertas, têm como vigiar e não estão nas mãos de um homem só. Tales Faria, colunista do UOL

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