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PF determina que Anderson Torres devolva R$ 120 mil em salários

A Polícia Federal determinou que o ex-ministro Anderson Torres devolva cerca de R$ 120 mil em salário como delegado federal enquanto esteve preso.

O que aconteceu?

Torres ficou preso por quase quatro meses, entre janeiro e maio, por suspeita de omissão nos atos golpistas de 8 de janeiro. Ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro (PL), ele era Secretário de Segurança do Distrito Federal no dia dos atentados.

Ao todo foram 117 dias de prisão, com um salário mensal de cerca de R$ 30 mil. De acordo com o jornal "O Globo", a decisão se baseia em uma nota técnica do Ministério do Planejamento, de 2013, que prevê a suspensão de pagamentos em caso de prisão preventiva.

A defesa de Torres disse não estar ciente do pedido. Por meio de nota, afirmou que, caso "seja procedente", tomará "atitudes cabíveis para evitar abusos".

Processo por minuta golpista

Torres enfrenta ainda um Processo Administrativo Disciplinar interno da PF, que apura ilegalidades cometidas por servidores públicos, além de cumprir uma série de medidas para responder em liberdade provisória. Oficialmente, Torres ainda é delegado federal.

Ainda não foi definido como a quantia deverá ser restituída. Ao UOL, o advogado de Torres, Eumar Novacki, disse "desconhecer o assunto".

Caso a informação seja procedente, assim que notificada, [a defesa] tomará as medidas cabíveis para evitar possíveis abusos."
Eumar Novacki, advogado de Torres, por meio de nota

Torres foi preso ao desembarcar no Aeroporto Internacional de Brasília. O ex-ministro voltava de Orlando (EUA), onde estava com a família durante os atos golpistas. Dois dias antes, foi descoberto que a PF encontrou uma minuta de teor golpista na casa do ex-ministro.

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O texto previa a instauração de um Estado de Defesa no Tribunal Superior Eleitoral, medida flagrantemente inconstitucional. Em depoimento à PF em fevereiro, Torres minimizou o documento e disse que ele não tinha "viabilidade jurídica". O ex-ministro disse desconhecer quem teria sido o autor da proposta e que a minuta não teria sido levada a Bolsonaro.

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