No Pará, Lula diz que Amazônia tem de gerar riqueza, não ser santuário

O desenvolvimento sustentável foi um dos três pilares da campanha do petista no ano passado. Em seus discursos, ele tem defendido que a região de floresta seja explorada de maneira compatível com o meio ambiente, sem aumentar o desmatamento, mas gerando renda aos moradores.

Lula comentou ainda a ameaça de morte que sofreu antes de chegar ao Pará. O presidente refutou o "clima de radicalização" e disse que haverá tolerância zero com tentativas de golpe e antidemocráticas.

[Na Amazônia,] moram milhões de amazônidas que querem viver bem, trabalhar, comer, ter aquilo que produz, além de querer preservar, não como santuário, mas fonte de aprendizado da ciência do mundo inteiro. Para que a gente possa encontrar um jeito de preservar ganhando dinheiro, para o povo que aqui mora possa viver dignamente.
Presidente Lula, em evento em Santarém (PA)

Lula lançou hoje a chamada Infovia 01, que liga Santarém a Manaus por meio de cabo de fibra óptica para oferecer internet às comunidades entre os dois municípios. Segundo o ministério das Comunicações, a ação impacta 3 milhões de pessoas.

Promessas de desenvolvimento sustentável

O desenvolvimento sustentável da região amazônica foi um dos pilares da campanha. Ao assumir, o governo criou a Secretaria Nacional de Bioeconomia, sob a chefia do Ministério do Meio Ambiente, de olho exatamente nesta área.

O objetivo é desenvolver a economia local, sem aumentar o desmatamento. Ele descartou, por exemplo, o desestímulo à Zona Franca de Manaus, em discurso antagônico ao do governo Jair Bolsonaro (PL).

Segundo o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, a Infovia "teve de ser implantada sem causar dano ao meio ambiente".

Antes da implantação, foi realizado um minucioso estudo hidrográfico com atenção à viabilidade das rotas e levando em consideração questões de sazonalidade e vazante dos rios.
Juscelino Filho, ministro das Comunicações

"Nunca mais repitam tentativa de golpe"

O presidente ainda refutou a ameaça de morte que recebeu antes de chegar ao estado e pregou tolerância zero com tentativas golpistas como os ataques de 8 de janeiro, que vandalizaram as sedes dos três Poderes.

Na última quinta (3), um homem foi preso em Santarém por ameaçar dar "um tiro na cabeça" do presidente. "Qualquer cidadão que ficar fazendo bravata na rua, 'eu mato, pego, eu bato, eu atiro', ele vai ser chamado à delegacia", afirmou.

Eu voltei para provar que nós vamos ser mais tolerantes com quem não pensa igual a nós. Mas nunca mais repitam a tentativa de golpe que quiseram dar no dia 8 de janeiro porque mais gente será presa, mais gente pagará o preço.
Lula