Moraes ameaçou prender ex-diretor da PRF no dia do 2º turno das eleições

O presidente do TSE, Alexandre de Moraes, ameaçou prender o então diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, em outubro do ano passado, no dia do segundo turno das eleições. Vasques foi preso hoje por determinação de Moraes, em operação para investigar o suposto uso da máquina pública para interferir no processo eleitoral.

O que aconteceu:

Vasques foi se encontrar pessoalmente com Moraes na sede do TSE no dia 30 de outubro. A reunião ocorreu em meio à tensão gerada pelas blitze da PRF — elas foram realizadas principalmente no Nordeste, região onde Lula (PT) havia vencido com larga margem Jair Bolsonaro (PL) no primeiro turno, mesmo após a proibição de qualquer operação que afetasse o transporte público dos eleitores.

O então chefe da PRF foi acompanhado por quatro assessores fardados, "com arma em vista", "cara de preocupado". O encontro foi revelado pelo podcast "Alexandre", da revista Piauí.

Ao encontrar Moraes, Vasques teria confessado o temor da prisão. Segundo o podcast, o ministro respondeu: "Ou você para os bloqueios ou você vai para a cadeia".

Moraes deu 20 minutos para que o chefe da corporação liberasse as vias. Caso contrário, ordenaria sua prisão em flagrante por desobediência e crime eleitoral.

A prisão de hoje

A PF deflagrou operação para "esclarecer o suposto uso da máquina pública para interferir no processo eleitoral" no segundo turno. A ação foi batizada de "Constituição Cidadã".

Vasques foi preso em Florianópolis. Além do mandado de prisão, a PF também cumpre dez de busca e apreensão — ex-diretores também são alvos da ação.

Segundo a PF, integrantes da PRF supostamente direcionaram recursos para dificultar o trânsito de eleitores em 30 de outubro. Na véspera das eleições, Vasques pediu votos para Bolsonaro nas redes sociais.

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Vasques escalou mais agentes de folga para trabalhar nas blitze no segundo turno em estados onde Lula havia ganhado de Bolsonaro no primeiro turno. O UOL divulgou dados de um documento interno da PRF que apontam isso e o custo total da operação foi de mais de R$ 1,3 milhão.

A PRF informou em nota que acompanha a operação e colabora com as investigações. A reportagem não conseguiu localizar a defesa dos alvos.

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