Carla: Depoimento de hacker deixa militares apreensivos e na defensiva

O depoimento do hacker Walter Delgatti à CPI nesta quinta-feira (17) causou apreensão e deixou os militares na defensiva. A afirmação é da colunista do UOL Carla Araújo, que afirmou durante o UOL News que o depoimento foi acompanhado com bastante atenção por bolsonaristas e militares.

Carla lembrou a parte do depoimento na qual Delgatti afirma ter de reunido com o ex-Ministro da defesa Paulo Sergio, ao ex-general Freire Gomes.

O que a gente tem como termômetro é que [o depoimento] causou uma certa apreensão nesse entorno. O desgaste a gente nem fala mais, porque o desgaste para as Forças Armadas é tão grande que é só mais um capítulo.

"O clima que senti conversando com alguns foi de uma certa apreensão. Eles tem no discurso aquela coisa: 'isso era uma coisa da gestão passada'. Tanto no Ministério da Defesa quanto no Exército", completou.

Bolsonaro pode ser preso preventivamente caso atrapalhe investigações, explica jurista

A professora da FGV Direito-SP Eloísa Machado afirmou durante o UOL News que o ex-presidente Jair Bolsonaro pode ser preso preventivamente caso atrapalhe as investigações que estão em curso na Polícia Federal.

Segundo ela, o inquérito já cogita oficialmente a participação de Jair Bolsonaro, independentemente do depoimento de Delgatti na CPI.

Toda essa história das joias, que ainda está em investigação, parece que torna possível uma prisão cautelar. Porque você tem joia sendo vendida, recomprada, documentos sendo mostrados a cada momento. Então, sim, é possível que o ex-presidente Jari Bolsonaro seja preso cautelarmente.

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"Como há muita influência de Bolsonaro a um círculo grande de pessoas que estão testemunhando, estão depondo, qualquer tipo de pressão ou coação a essas pessoas pode dar espaço a uma eventual prisão provisória", afirmou.

Depoimento de hacker é bombástico, mas ainda não vale como prova, diz professora

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A professora Eloísa Machado também afirmou que, apesar de bombástico, o depoimento de Walter Delgatti não tem valor absoluto durante o processo e precisa ser corroborado com outras provas.

O depoimento é bombástico, traz de fato informações que, se não são absolutamente surpreendentes, porque as investigares já indicam algum tipo de envolvimento do ex-presidente Jair Bolsonaro, elas expõem, evidenciam uma possível relação direta do ex-presidente na encomenda de alguns atos criminosos.

"O depoimento é uma prova entre várias outras que são relacionadas no curso do inquérito. Então, ele não tem um valor absoluto em si, precisa ser corroborado com outras provas no curso dessa investigação para que essa linha de fato seja explicada pela policia e pelo MP", explicou.

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A professora também destacou que as provas obtidas até então pareciam sempre parar antes de chegar em Jair Bolsonaro.

As investigadores sempre mostraram que o proveito desses atos recaia sobre a figura do ex-presidente, mas sua participação direta nunca tinha ficado tão evidente quanto nesse depoimento.

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