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Kotscho: Em marcha, prefeito de SP se presta a papel de ajudante de pastor

Ao segurar o microfone e cantar no palco da Marcha para Jesus nesta quinta-feira (30), o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB) assumiu um papel de ajudante de pastor, afirmou o comentarista Ricardo Kotscho no UOL News de hoje. O evento reuniu políticos e, segundo a organização, cerca de 15 mil caravanas e e dois milhões de fiéis de todo o Brasil, que seguiram do Centro da capital até o Campo de Marte, na zona norte, em um trajeto de cerca de 4 km.

Como é que pode o prefeito de São Paulo se prestar a esse papel? De ajudante a pastor. Decorou algumas palavras, não chegou a cantar. Não chega a ser uma oração também, não sei exatamente o que é isso.

Não é uma coisa que dignifique o cargo de prefeito de São Paulo. Ele tá muito alegre, efusivo. Isso é uma coisa que não é boa para o país, essa mistura de política com religião. Ele dizer que o povo evangélico gosta muito dele, isso é muito forçar a barra. Ricardo Kotscho, comentarista do UOL News

Kotscho diz que Ricardo Nunes ainda não embarcou de vez no bolsonarismo, o que pode ser um problema tanto num cenário de aproximação, quando em um de afastamento do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Ele realmente, ao contrário do Tarcísio que agora assumiu o bolsonarismo de vez, fica ali na beirada. Cercando o alambrado. Mas as pesquisas [para prefeito de São Paulo] mostram que o apoio do Bolsonaro não ajuda para ele, por isso ele tá assim.

O Nunes agora tem um novo problema. Ele tem que se preocupar mais com o Pablo Marçal. Não sei direito o que é, influencer, o que ele faz na vida, sei que ele tem 10 milhões de seguidores. E já se comenta no meio político de São Paulo que ele pode vir a ser apoiado pelo Bolsonaro e pelos seguidores do Bolsonaro que não estão muito satisfeitos com o Ricardo Nunes, correm na mesma raia da direita, da extrema direita. O cenário não é dos mais promissores para os eleitores de São Paulo. Ricardo Kotscho, comentarista do UOL News

Couto: Em marcha, Tarcísio repete discurso antidemocrático de Bolsonaro

Também no UOL News de hoje (30), o cientista político Cláudio Couto disse que na Marcha para Jesus, em seu discurso de tom religioso na Marcha para Jesus, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), repetiu de forma indireta, mas com a mesma essência, o discurso antidemocrático do ex-presidente Jair Bolsonaro que exclui quem não professa da mesma fé.

"Quem são vocês, quem somos nós? Somos os escolhidos", disse Tarcísio. "Ele já está pregando melhor que muito pastor", brincou o pastor Estevam Hernandes, organizador do evento. A Marcha para Jesus reuniu políticos e organização esperava 2 milhões de fiéis.

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O que Tarcísio está dizendo, com uma forma um pouco mais, talvez, indireta, é a mesma coisa [que Bolsonaro já disse]: se existem os eleitos e os não eleitos. Existem aqueles destinados à salvação ou a serem os beneficiados pelo governo, aqueles que vão ser protegidos pela lei e os que não são. Então, acho que é realmente uma leitura complicada, antidemocrática, porque [é] antipluralista. E a gente sabe que governos têm que governar para todos, não tem que governar para uma parcela da sociedade e deixar a outra a míngua. Claudio Couto, cientista político

Isso tudo sendo feito por uma instrumentalização que me parece tremendamente oportunidade da religião. É curioso que a gente não via o Tarcísio falando tanto de questões religiosas até pouco tempo atrás. Mas nos últimos dois meses, talvez, a gente vê uma inflexão dele muito forte no sentido de assumir de maneira mais clara esse discurso extremista do bolsonarismo. Claudio Couto, cientista político

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