Lula quer 'resgatar' 7/9 do bolsonarismo; PF e GSI monitoram ameaças

O governo Lula (PT) quer "resgatar" o 7 de Setembro, data comemorativa das Forças Armadas que foi sequestrada pelo bolsonarismo nos últimos anos. A ideia é fazer um ato cívico nacional. Uma atenção tem sido possíveis ameaças, por isso o efetivo será reforçado, mas as forças de segurança veem "normalidade" por enquanto.

Como vai ser o evento

Este será o primeiro Dia da Independência do terceiro mandato de Lula. O único obstáculo para "ressignificar" a data visto pelo governo são intercorrências causadas por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), incluindo ataques isolados, embora bolsonaristas devam ficar em casa.

Lula não considerou mudar o protocolo no grande ato a ser organizado na Esplanada dos Ministérios. Ele deverá fazer um discurso, posicionado ao lado do ministro da Defesa, José Múcio, e dos comandantes das Forças Armadas.

No Planalto, há um receio de ameaças isoladas e pontuais, segundo o UOL apurou, mas os ataques golpistas de 8 de janeiro, com vandalismo de sedes dos três Poderes, já sinalizaram um alerta, que, por ora, não pode ser ignorado.

Resgatar os símbolos nacionais

O plano do governo é fazer um grande evento cívico. Desde a campanha, Lula tem insistido que os símbolos nacionais, cooptados pelo bolsonarismo nos últimos quatro anos, voltem a ser relacionados "ao povo brasileiro", não a marchas golpistas.

Lula não deverá falar em questões ideológicas ou partidárias. O objetivo é que seja um ato "sobre o Brasil, não sobre um governo", diferentemente do que fez Bolsonaro nos últimos anos. Em 2022, durante a campanha, os atos em Brasília e no Rio assumiram ares de comício eleitoral.

O Planalto e as forças de segurança têm acompanhado de perto movimentações bolsonaristas e possíveis ameaças a Lula ou ao evento. Por isso apostou num policiamento ostensivo.

A Polícia Federal analisa diariamente ameaças contra a vida de Lula, seja por denúncias encaminhadas ao órgão ou pelo monitoramento de redes sociais. Caso alguma ameaça seja identificada, as informações são enviadas para os órgãos de segurança.

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Quem protege diretamente Lula é o GSI (Gabinete de Segurança Institucional) e agentes específicos da PF. O órgão também monitora e traça estratégias de prevenção a ataques que não estejam previamente identificados.

Um ato de vandalismo generalizado, como no 8 de janeiro, está praticamente descartado, mas pode haver casos isolados, cometidos por radicais, que tentem criar confusão na multidão. Ao UOL, o GSI informou que tudo segue "na normalidade", mas a atenção com o presidente será redobrada.

O STF (Supremo Tribunal Federal) também mantém o esquema de segurança do ano passado.

Sem manifestações registradas

A expectativa dos órgãos de segurança, incluindo a SSP-DF (Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal), é que o evento ocorra sem problemas, já que não há clima de tensão, como em anos anteriores.

A organização da festa será dividida assim: o governo do Distrito Federal cuida da segurança e o governo federal junto ao Comando do Exército ficam a cargo das estruturas, desfiles e outros detalhes do evento.

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No governo do DF, a aposta é por um 7 de Setembro bem mais tranquilo do que nos anos anteriores, segundo relatos colhidos pelo UOL. O setor de inteligência da SSP-DF monitora diariamente a possibilidade de manifestações ou tumultos marcados para o dia 7. Até o momento, nada foi registrado.

Mesmo assim, o governo deve escalar um número de agentes próximo ao efetivo deslocado no ano passado, em que havia possibilidade de manifestações com pedidos de golpe militar. Após o quebra-quebra do dia 8 de janeiro, a segurança para eventos oficiais está em alerta máximo.

Como vai ser em SP e no Rio

Em São Paulo e no Rio de Janeiro, dois grandes focos de marchas bolsonaristas durante a gestão Bolsonaro, também não há previsão de intercorrências, mas a segurança será igualmente reforçada.

Em São Paulo e no Rio, a coordenação do esquema de segurança dos eventos de 7 de Setembro está a cargo da Polícia Militar.

Até o momento, não foram registrados pedidos de autorização para realização de manifestações na capital paulista. A PM só deve começar a planejar esquemas de segurança quando essas requisições forem recebidas. Procurada, a PM-SP não se manifestou sobre o evento.

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No Rio, onde um desfile do 7 de Setembro também acontece, a PM apenas informou que o planejamento está sendo definido e será divulgado até o final de agosto.

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