Conteúdo publicado há 8 meses

Lula diz que criará ministério para pequenas empresas e empreendedores

O presidente Lula (PT) anunciou hoje a criação do Ministério das Pequenas e Médias Empresas, das Cooperativas e dos Empreendedores Individuais, em meio à reforma ministerial.

O que ele disse

Se criada, esta será a 38ª pasta do governo e uma saída para alocar os novos ministros do centrão na Esplanada. Desde julho, Lula tem tentado um desenho para encaixar PP e Republicanos no governo e um novo cargo já era uma das possibilidades avaliadas, mas nunca havia sido admitida pelo presidente.

Nós também sabemos que tem muita gente que não quer carteira assinada. Tem muita gente que quer ser empreendedor individual, empreendedor coletivo. Nós vamos criar, eu estou propondo a criação do Ministério da Pequenas e Médio Empresas, das Cooperativas e dos Empreendedores Individuais, para que tenha um ministério específico para cuidar dessa gente que precisa de crédito e de oportunidade. Esse é o papel do Estado: criar as condições para as pessoas poderem participar.
Lula, no "Conversa com o Presidente"

Lula tratou sobre o assunto na live semanal "Conversa com o Presidente", sem dar mais detalhes. Segundo o UOL apurou, esta pasta acomodaria o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas).

Até então, o problema é que, aparentemente, nem o PP nem o Republicanos demonstraram interesse na iniciativa nem os atuais ministros parecem dispostos a trocar de ministério para "tirar um do zero". Com a confirmação, a possibilidade mais cotada é que a pasta vá para o PSB.

Nós precisamos entender que essa gente tem importância e precisamos dar condições para essas pessoas terem acesso a crédito para dar o pontapé inicial. Aí, quando essa pessoa estiver ganhando dinheiro, ele vai pagar o crédito.
Lula

Negociações difíceis

Trata-se de um arranjo do governo Lula em busca de mais apoio na Congresso, em especial na Câmara. As mudanças têm sido articuladas diretamente com o centrão e com o presidente da Casa, deputado Arthur Lira (PP-AL), com quem o presidente tem se encontrado com certa frequência.

Este é o primeiro aceno real que Lula fez sobre a esperada reforma ministerial, que ele tem guardado a sete chaves. Incomodado com a demora, o centrão da Câmara tem pressionado na votação de projetos importantes, em especial o arcabouço fiscal, que foi aprovado depois de muito vaivém, mas não da forma que o governo queria: sem a emenda que permitia gastos extraordinários pela União.

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Oficialmente, o governo diz não haver pressa e que Lula ainda está "desenhando" o novo arco ministerial. A demora, no entanto, prevê também um cálculo do presidente: conforme o UOL apurou, ele não queria deixar parecer que o governo está refém do Congresso. Como já havia prometido as pastas aos dois partidos — "acordo no fio do bigode", como gosta de repetir —, o presidente argumentava não ver motivo para correr com as indicações.

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