Bloqueios, efetivo maior que a posse: como vai ser o 7 de Setembro de Lula

O primeiro evento de comemoração do 7 de Setembro do atual governo Lula (PT) fechará as principais vias de Brasília e contará com um efetivo policial maior do que o usado para a posse do presidente, em janeiro.

Como será a segurança?

Os atos golpistas de 8 de janeiro serviram de aprendizado para as forças de segurança do Distrito Federal e do governo federal.

Por isso, apesar de não ter nenhuma manifestação registrada para o dia, o governo do DF optou por aumentar o efetivo deslocado para o evento. Números de policiais não serão divulgados por questão de segurança.

O governo do DF se reuniu durante os últimos dois meses com forças de segurança nacional, como a Polícia Federal e PRF (Polícia Rodoviária Federal), para fechar um planejamento de segurança.

A expectativa das autoridades é de receber 30 mil pessoas para a celebração.

O efetivo será maior do que o 7 de Setembro do ano passado e do que a posse do presidente Lula. A população de Brasília pode ficar tranquila que o efetivo será suficiente para que 7 de Setembro ocorra na maior paz possível.
Adão Macedo, comandante-geral da PMDF

Autoridades do DF e governo federal se reuniram para planejar segurança do 7/9
Autoridades do DF e governo federal se reuniram para planejar segurança do 7/9 Imagem: Renato Alves/Agência Brasília

Proteção aos Três Poderes

Os prédios da praça dos Três Poderes (Congresso Nacional, STF e Planalto) têm equipes de segurança própria, que também estão organizadas para isolamento e proteção da área. Os comandantes participaram das reuniões com o governo do DF.

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Polícia Federal, Gabinete de Segurança Institucional, Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e Polícia Civil do DF monitoram ameaças e possíveis tentativas de ataques individuais.

O STF manterá o esquema de segurança criado para o evento nos anos anteriores e reforçado após os atos golpistas de 8 de janeiro. Haverá aumento de agentes de outros tribunais, como o STJ (Superior Tribunal de Justiça) e o TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região).

Há também barreira antidrone e captação aérea de imagens. O tribunal também monitora eventuais ameaças, especialmente nas redes sociais, mas não identificou uma situação considerada grave até o momento. Mesmo assim, os ministros seguem com uma equipe de segurança reforçada —a mesma em vigor desde 8 de janeiro.

Congresso Nacional iluminado para o 7 de Setembro
Congresso Nacional iluminado para o 7 de Setembro Imagem: Divulgação/PR

Bolsonaristas sem festa

O 7 de Setembro foi explorado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus apoiadores e aliados. No ano passado, a data foi usada para alimentar um rumor de golpe militar.

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Neste ano, os bolsonaristas não veem clima para festa nem para usar o feriado como manifestação política, como ocorreu em outros anos. Foi num 7 de Setembro em que Bolsonaro xingou o ministro Alexandre de Moraes, por exemplo.

O governo Lula busca, agora, normalizar o feriado e passar uma mensagem de união e democracia. É o mesmo teor adotado por ele durante a campanha à Presidência.

Nova roupagem

Lula fará um pronunciamento à nação hoje à noite em que focará em "democracia e união". Ele não deverá passar por questões ideológicas ou partidárias, em contraponto a Bolsonaro.

Estruturas foram montadas ao longo da Esplanada dos Ministérios para que o público presente possa assistir a um desfile organizado pelo Comando do Exército.

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Com início às 9h, a cerimônia deve durar cerca de uma hora e meia, com encerramento com show aéreo da Esquadrilha da Fumaça da FAB (Força Aérea Brasileira). Lula deverá chegar ao local no tradicional Royls-Royce aberto, também usado nas posses presidenciais.

O desfile terá como tema "Democracia, soberania e união". Desde a campanha, Lula tem insistido que os símbolos nacionais, cooptados pelo bolsonarismo nos últimos quatro anos, voltem a ser relacionados "ao povo brasileiro", não a marchas golpistas.

Os eixos temáticos do desfile reforçam a mensagem que o governo busca emplacar. São elas:

  • "Paz e Soberania", com militares que participaram de missões de paz da ONU (Organização das Nações Unidas), como no Haiti, e integrantes de associações que resgatam a história da FEB (Força Expedicionária Brasileira), que lutou na Itália durante a Segunda Guerra;
  • "Ciência e Tecnologia", com alunos dos Institutos Militar de Engenharia, Tecnológico da Aeronáutica e engenheiros militares da Marinha do Brasil;
  • "Saúde e Vacinação", com integrantes do serviço de saúde das Forças Armadas;
  • "Defesa da Amazônia", com militares da 2ª Brigada de Infantaria de Selva, de São Gabriel da Cachoeira (AM), do Exército Brasileiro.

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