Lula nega angústia e descarta raça e gênero como critérios para STF
O presidente Lula (PT) descartou hoje que gênero e raça serão critérios para a indicação do próximo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) e disse não ter "angústia" para divulgar o novo nome.
O que Lula disse
O presidente afirmou já ter "várias pessoas na mira", mas que não precisava ser questionado sobre raça ou gênero. Lula tem sido pressionado por apoiadores e setores progressistas para indicar uma mulher na vaga da ministra Rosa Weber, que se aposenta em 2 de outubro.
O critério não será mais esse [raça ou gênero]. Eu estou muito tranquilo, por isso que eu estou dizendo que eu vou escolher uma pessoa que possa atender aos interesses e expectativas do Brasil, uma pessoa que possa servir o Brasil. Uma pessoa que tenha respeito com a sociedade brasileira.
Lula
Como fez com a indicação de Cristiano Zanin, no meio do ano, Lula diz ouvir muitas pessoas, mas recusa pressão. Caso se confirme a indicação de um homem no lugar de Rosa, a ministra Cármen Lúcia passará a ser a única mulher entre os 11 ministros.
Oficialmente, o governo diz que não está nada fechado, mas os questionamentos têm trazido desconforto à cúpula do governo. O ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) reforça que a escolha é uma "prerrogativa do presidente", enquanto é lembrado que a opção por um homem contradiz o discurso sobre diversidade que Lula prega com frequência desde a campanha.
O advogado-geral da União, Jorge Messias, e o presidente do TCU (Tribunal de Contas da União), Bruno Dantas — dois homens brancos —, estão entre os favoritos. O nome do ministro da Justiça, Flávio Dino, também é cotado, embora o próprio negue.
Em um recado aos cotados, o presidente afirmou ainda que quer uma pessoa que "vote adequadamente". "Sem ficar votando pela imprensa."
Lula também negou qualquer pressa. Com a aposentaria de Rosa, a cadeira fica vaga e não há prazo máximo para a indicação. "Eu já passei por tudo isso. No momento certo, vocês vão saber quem que eu vou indicar", disse.
As declarações do presidente foram dadas em conversa com a imprensa no Palácio Itamaraty, após receber a visita do primeiro-ministro do Vietnã, Pham Minh Chinh. Ele usou máscara durante parte da entrevista, por recomendação médica.
Eu vejo uma angústia que eu não tenho. Sou eu que tenho que escolher. No momento que eu achar que é importante escolher, eu vou escolher. Eu vou escolher o ministro da Suprema Corte, eu vou escolher o procurador-geral.
Lula
Escolha para PGR também 'sem pressa'
O presidente descartou ainda que a escolha para o novo PGR (procurador-geral da República) saia antes da sua cirurgia, marcada para a próxima sexta (29). Augusto Aras, atual PGR, se aposenta amanhã (26) e não deverá ser reconduzido ao cargo. "Tem que ouvir muita gente. Vocês sabem que sempre tem gente dando conselho", completou.
No momento que eu tiver que tomar a decisão, vocês podem ficar tranquilos que eu vou anunciar para vocês: 'Escolhi a pessoa certa para colocar no lugar'. Mas eu não tenho pressa. Não existe nenhuma vinculação com a minha cirurgia.
Lula
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