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Deputado ameaça bater em colega do PT em sessão e é contido por seguranças

O deputado Amauri Ribeiro (União) tentou agredir o colega parlamentar, o deputado Mauro Rubem (PT), na sessão de ontem da Assembleia Legislativa de Goiás.

O que aconteceu:

A briga começou depois que Rubem mencionou que Amauri agrediu a própria filha. Em 2015, fotos da adolescente de 16 anos com lesões nas costas e na boca circularam nas redes sociais.

Não dá conta de sustentar o debate e quer chamar pra porrada. Acha que todo mundo aqui é igual à filha dele que pode apanhar. Nem a filha dele deveria apanhar.
Deputado Mauro Rubem

Amauri Ribeiro se irritou e correu em direção ao colega, mas foi contido por seguranças. Ele xingou Mauro Rubem e gritou: "Não toca no nome da minha filha". A sessão foi suspensa.

Antes da briga, os deputados discutiam sobre a situação da Palestina. Amauri chegou a insinuar que o colega apoiava a ação terrorista do Hamas contra Israel.

Nas redes sociais, Mauro Rubem afirmou que Amauri é conhecido por ser agressivo e querer "bloquear o debate de ideias com força verbal e até física".

Todos aqui estão cansados, deputados, funcionários... É lamentável. Não voi cair nesse jogo de fazer a política como ringue, um espaço para rebaixar e desqualificar a Assembleia Legislativa de Goiás.
Deputado Mauro Rubem

O UOL procurou a Assemleia Legislativa de Goiás. A reportagem também tenta o deputado Amauri. A matéria será atualizada se houver resposta.

Quem é Amauri Ribeiro

O deputado tem 50 anos e começou a carreira na política como vereador. Natural de Trindade (GO), mudou-se ainda criança para Piracanjuba (GO), onde trabalhou como produtor agropecuário. Foi eleito vereador em 2008 e prefeito da cidade em 2012.

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Em 2015, enquanto prefeito, ele admitiu ter agredido a filha. Num vídeo publicado, Ribeiro admitiu ter dado um "corretivo" na adolescente de 16 anos . Houve denúncia por parte do Ministério Público, mas o caso foi arquivado em agosto do ano passado pela Justiça.

As fotos são verdadeiras. Minha filha tomou um corretivo e não me arrependo de ter dado esse corretivo. Não é pra isso que criei minhas filhas, não vou perder nenhuma das minhas filhas pro mundo.
Amauri Ribeiro, em vídeo de 2015

No mesmo ano, ele discutiu e quase agrediu um vereador deficiente físico durante sessão na Câmara. Segundo a emissora, a briga começou depois que a base do prefeito foi criticada na Casa durante discussão sobre um projeto de lei. O vídeo mostra o então prefeito saindo de seu lugar e indo em direção ao vereador Reinaldo Celestino e sendo contido. Ribeiro negou que fosse agredir o vereador.

Em 2019, ele foi alvo de um protesto de servidoras da Alego depois de dizer que a instituição é uma "casa de mulheres" onde até "modelos" estão ali para "servir os deputados". Questionado pela TV Anhanguera sobre o caso na época, ele disse que não precisa se desculpar e classificou a repercussão como "mimimi".

O deputado também já disse que uma vereadora merecia "um tiro na cara". Em agosto de 2021, Ribeiro fez um discurso em tom intimidador contra a vereadora Luciula do Recanto (PSD-GO), que atua na proteção dos animais. Ele chegou a dizer que Luciula "merecia um tiro na cara". À época, a Câmara Municipal de Goiânia repudiou o episódio.

Fico puto quando vejo uma vereadora invadindo a casa de um cidadão, igual a essa vereadora de Goiânia que se diz protetora de animais. Arrebenta o portão da casa de um cidadão, sem mandado, sem ordem judicial, porque ela também não é polícia, nem com ordem ela podia, e invade uma casa. Para mim, merecia um tiro na cara.
Amauri Ribeiro, em 2021, em discurso

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Ribeiro virou réu por discriminação e preconceito de raça, na modalidade homofobia, em janeiro deste ano. Ele publicou uma foto de uma mão branca apertando um braço negro, que "veste" uma roupa com as cores do arco-íris — símbolo do movimento LGBTQIA+. O post também traz a frase "na minha família, não".

Ele é apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em outubro, pouco antes do segundo turno das eleições, o parlamentar apareceu em um vídeo incentivando bolsonaristas a pegarem em armas e participarem de um golpe caso Lula (PT) vencesse. A assessoria do deputado disse que a gravação estava descontextualizada e que não houve ameaça a alguém ou à democracia.

E deixa eu te falar: se o seu presidente [Lula] ganhar, vai acontecer uma guerra civil no país. E eu sou reservista. Se eu for convocado, eu vou para a rua e vou empunhar uma arma. Deus que te livre de estar do outro lado nessa luta
Amauri Ribeiro, durante ato pró-Bolsonaro

Em agosto, ele foi alvo de uma operação da PF depois de ter dito que deu dinheiro para um acampamento golpista.

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