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Defesa de Bolsonaro critica relatório da CPI do 8/1: 'Lamentável e parcial'

A defesa de Jair Bolsonaro (PL) classificou como "lamentável" e "parcial" o relatório final da CPMI do 8/1, que pediu o indiciamento do ex-presidente por quatro crimes relacionados aos atos golpistas. Os advogados destacaram o fato de Bolsonaro não ter sido chamado para depor.

O que aconteceu

Os advogados afirmam que a proposta de indiciamento é "tendenciosa e totalmente pavimentada por viés político e não jurídico". Eles também dizem que Bolsonaro "jamais concorreu ou minimamente participou" dos atos que depredaram os Três Poderes.

A defesa acusa a relatora, a senadora Eliziane Game (PSD-MA), de "parcialidade" e de não considerar "grave omissão dos responsáveis pela garantia dos prédios públicos" no curso da investigação.

Há também destaque para o fato de Bolsonaro não ter sido convocado para depor. A defesa afirma que o ex-presidente teria comparecido "sem qualquer receio". Entretanto, governistas quiseram convocar Bolsonaro e pedir quebras de sigilos dele, enquanto os opositores sempre foram contra.

A nota ainda aponta "crescente hostilidade com as Forças Armadas" em razão dos pedidos de indiciamento também incluírem 31 militares e generais que integraram o governo Bolsonaro.

Leia a íntegra da nota, assinada pelos advogados Paulo Amador da Cunha Bueno, Daniel Bettamio Tesser e Fabio Wajngarten.

A defesa do ex-Presidente Jair Bolsonaro, tendo tomado conhecimento do relatório final da CPMI referente aos atos havidos em 08/01 na Praça dos Três Poderes, da lavra da Senadora Eliziane Gama (PT/MA), vem manifestar sua indignação diante da proposta de seu indiciamento por diversos crimes para os quais jamais concorreu ou minimamente participou.

A proposta de indiciamento — para além da ausência de quaisquer elementos que conectem o ex-Presidente com os atos investigados —, mostra-se parcial, tendenciosa e totalmente pavimentada por viés político e não jurídico, olvidando-se, inclusive, da ostensiva crítica aos atos de vandalismo feita nas redes sociais do ex-mandatário no próprio 08/01.

A parcialidade do relatório, subscrito por sabida opositora política do ex-Presidente, fica evidente na medida em que ignorou a grave omissão dos responsáveis pela garantia dos prédios públicos, ao mesmo tempo em que prescindiu das diligências processuais mais elementares antes de formalizar suas odiosas conclusões e propostas de indiciamento.

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De fato, o ex-Presidente sequer foi convocado para prestar declarações perante a dita comissão — o que teria feito sem qualquer receio —, subtraindo-se-lhe, de forma insólita, o ato primário do exercício do direito de defesa.

Chama atenção — e causa igual indignação —, a proposta de indiciamento de um sem número de civis e militares, na maioria também sequer ouvidos, evidenciando a crescente hostilidade com as Forças Armadas.

É lamentável que o termo final de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito venha acintosamente divorciado da impessoalidade que deveria presidir suas conclusões.

Quais crimes são atribuídos a Bolsonaro?

Relatório da senadora Eliziane Gama aponta Bolsonaro como mentor intelectual dos atos golpistas em Brasília. Ela pede que ele seja indiciado por:

  • associação criminosa: 1 a 3 anos de reclusão
  • violência política: 3 a 6 anos
  • abolição violenta do Estado Democrático de Direito: 4 a 8 anos
  • golpe de Estado: 4 a 12 anos
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Somadas, as penas podem chegar a até 29 anos de prisão. O relatório da senadora ainda será votado pela comissão e só depois analisado pela PGR. Como o presidente Lula (PT) ainda não indicou um nome para substituir Augusto Aras, Elizeta Ramos comanda o órgão interinamente.

O relatório também pede o indiciamento de outras 60 pessoas, das quais 31 são militares.

As investigações aqui realizadas, os depoimentos colhidos, os documentos recebidos, permitiram que chegássemos a um nome em evidência e a várias conclusões. O nome é Jair Messias Bolsonaro. Como se verá nas páginas que se seguem, a democracia brasileira foi atacada, massas foram manipuladas com discurso de ódio.
Senadora Eliziane Gama (PSD-MA) durante a leitura do relatório

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