Abin: Moraes manda empresa informar quais órgãos usaram programa espião
O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), mandou a empresa israelense Cognyte informar quais órgãos brasileiros utilizaram o "First Mile", ferramenta usada para o rastreamento de celulares. O objetivo é permitir que a investigação descubra quem, além da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), teve acesso ao programa espião. A informação foi divulgada pelo jornal O Globo e confirmada pelo UOL.
Relembre o caso
As investigações da PF apuram o uso irregular do "First Mile", com usuários acionando o sistema espião sem autorização judicial durante os três primeiros anos do mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O sistema permite ao usuário rastrear dados de geolocalização de qualquer pessoa a partir dos dados transferidos do celular do indivíduo para torres de comunicação da região. A ferramenta permite o rastreio de até 10 mil pessoas por ano.
Há indícios que o programa espião foi usado contra jornalistas.
No último dia 20, a PF deflagrou a operação "Última Milha", que prendeu dois servidores da Abin e afastou outros cinco por determinação de Moraes, incluindo Maurício Fortunato Pinto, atual número 3 da agência.
Durante buscas, a PF localizou US$ 171 mil em espécie na casa de Fortunato Pinto. Ele justificou os valores afirmando que se tratava de uma "poupança de família". O servidor foi exonerado na terça-feira passada (24).
Os investigados podem responder pelos crimes de invasão de dispositivo informático alheio, organização criminosa e interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei.
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