Governistas celebram indicação de Dino ao STF; oposição questiona isenção

"Tenho certeza de que cumprirá sua missão no Supremo com amor, dedicação e sem medo", escreveu Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), líder do governo no Congresso Nacional.

Deputada do PSOL critica Gonet. "Golpe imensurável à memória dos que perderam a vida lutando por direitos", escreveu Fernanda Melchionna (PSOL-RS) ao compartilhar uma matéria crítica ao subprocurador-geral.

"Que o Senado faça história e barre pela 1ª vez uma indicação desta", escreveu o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). "Não se pode privilegiar alguém por ser notório perseguidor de opositores políticos", alegou.

"Será capaz de agir de forma justa, imparcial e diligente?", disse o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) ao questionar, em seu perfil na rede social X, a indicação de Dino.

O ministro Bruno Dantas, presidente do Tribunal de Contas da União, parabenizou Dino pela indicação e pelo "retorno ao Judiciário". Dino atuou como juiz no Tribunal Regional Federal da 1ª Região de 1994 a 2006.

Ministros do STF se posicionaram. Segundo o ministro Luis Roberto Barroso, Lula o telefonou nesta manhã para informá-lo das indicações e, apesar de defender mais mulheres no Judiciário, o ministro relembrou que a escolha é uma prerrogativa do petista. Ele disse que Dino será "muito bem-vindo" no Supremo, enquanto Alexandre de Moraes elogiou as escolhas:

Flávio Dino e Paulo Gonet são escolhas sérias e republicanas e, uma vez aprovados pelo Senado Federal, contribuirão para o fortalecimento de nosso Estado Democrático de Direito.
Alexandre de Moraes

Organizações jurídicas também apoiaram Gonet e Dino. A Ajufe (Associação dos Juízes Federais do Brasil), que já foi presidida por Flávio Dino, disse ter recebido as indicações com "entusiasmo". Já a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) afirmou que "ambos reúnem os pré-requisitos necessários para ocupar os dois postos, que estão entre os mais relevantes da democracia."

Entenda o rito da aprovação

Dino e Gonet terão duas semanas para conversar com os senadores a fim de angariar votos. O presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse hoje que vai propor um esforço concentrado para avaliar as indicações de Lula (PT) até o dia 15 de dezembro.

Ambos serão sabatinados na CCJ do Senado, onde precisam conquistar maioria dos 27 senadores da comissão. Depois, os nomes seguirão para análise do plenário. Dos 81 senadores, são necessários ao menos 41 votos favoráveis.