Renan critica Rui Costa por interceder por Braskem em reunião sobre mina

O senador Renan Calheiros (MDB-AL) criticou o ministro da Casa Civil, Rui Costa, por interceder pela Braskem durante a reunião no Palácio do Planalto para tratar sobre o rompimento de uma mina em Maceió. Renan recolheu as assinaturas para uma CPI no Senado, o que o governo tenta desmobilizar.

O que aconteceu

O senador defende que um acordo só pode ser discutido se algum representante da Braskem fizer uma proposta oficial de indenização. Por isso, durante a reunião, Calheiros perguntou a Rui Costa se ele falava em nome da empresa. Segundo ele, o ministro recuou.

Quando se defende um acordo para pagar as vítimas, quem tem que falar isso é a Braskem. Em determinado momento, eu perguntei ao [ministro] Rui Costa: 'Você está falando em nome da Braskem?'. Ele disse: 'Não, claro que não'.
Senador Renan Calheiros

Mais cedo, o presidente Lula (PT) reuniu no Planalto autoridades e grupos políticos opostos para tentar resolver a crise em Maceió. De um lado, o senador Renan Calheiros e o governador de Alagoas, Paulo Dantas (MDB). Do outro, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (PL).

Segundo Renan, Lira teria sido contrário à abertura da investigação no Senado. No entanto, a instalação depende do senador Otto Alencar (PSD-BA), integrante mais velho indicado pelos partidos ao colegiado. Regimentalmente, quem tem mais idade tem a prerrogativa de convocar a sessão.

Renan e seus aliados defendem a mesma cúpula da CPI da Covid. Ela tinha Omar Aziz (PSD-AM) na presidência e Renan Calheiros na relatoria.

Governo Lula é contra a CPI, mas vê instalação como consenso na Casa. O processo, contudo, não deve acontecer nesta tarde, como havia previsto Renan, devido à votação da taxação das apostas esportivas.

Senadores pressionam Otto Alencar (à esq.) a abrir a CPI da Braskem
Senadores pressionam Otto Alencar (à esq.) a abrir a CPI da Braskem Imagem: Felipe Pereira/UOL

Abertura de CPI adiada

A instalação da CPI ficou para amanhã, às 9h - mesmo horário da sabatina de Flávio Dino ao STF. A previsão era de abertura às 15h desta terça.

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Responsável pela abertura da comissão, o senador Otto Alencar sugeriu que a CPI até poderia ficar para o ano que vem. Ele justificou que a agenda do Senado está apertada e citou a votação de hoje sobre a cobrança de impostos de casas de apostas online.

A possibilidade de adiamento gerou reação imediata dos senadores Renan Calheiros e Omar Aziz (PSD-AM). Eles conversaram com Otto e reclamaram que não havia como não abrir a CPI. A instalação foi então marcada para amanhã, quando devem ser escolhidos o presidente e o relator da CPI.

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