MPSP abre inquérito contra PCO por 'antissemitismo'; partido nega
O MPSP (Ministério Público de São Paulo) abriu inquérito contra o PCO (Partido da Causa Operária) por antissemitismo e crime de racismo.
O que aconteceu
Denúncia veio após protestos contra Israel. O Ministério Público recebeu uma denúncia da FAADH (Frente Ampla Democrática Pelos Direitos Humanos) contra o partido e decidiu investigar.
Membros da sigla teriam distribuído jornais e panfletos "com conteúdos antissemitas", que "possuem o condão de gerar o ódio e a repulsa ao povo judeu, além de ofender seus símbolos sagrados", segundo a FAADH.
A portaria cita que integrantes do PCO "defenderam ações terroristas realizadas pelo Hamas, assim como o fim do Estado de Israel". O promotor do caso, Reynaldo Mapelli Júnior, escreve também que as atitudes do partido "constituem violação de normas constitucionais e legais de proteção da dignidade humana".
A FAADH publicou que "a justa causa do povo palestino por seu Estado não pode ser indevidamente utilizada por partidos políticos brasileiros, que recebem dinheiro público, para propagação do antissemitismo", em suas redes sociais. O post foi feito há cinco semanas, quando a Frente denunciou o partido ao MPSP.
"Silenciamento", diz partido
Em entrevista ao UOL, o presidente do PCO, Rui Costa Pimenta, afirmou que a ação é "inacreditável" e compõe uma "tentativa de intimidação" a quem "denuncia o genocídio."
Pimenta diz também que a política do PCO não é antissemita, mas anti-sionista. "Antissemitismo é coisa de idiotas, é uma política burra. A crítica é ao sionismo, não aos judeus", afirmou.
Questionado sobre a posição oficial do partido sobre a guerra, o presidente afirmou que o PCO "apoia a resistência armada palestina", o que inclui o grupo extremista Hamas: "Consideramos que o povo palestino vem sendo oprimido. [...] O Estado de Israel é uma operação colonial, fascista. O que Israel faz é crime contra a humanidade", disse.
Panfletos e propaganda. Perguntado sobre o conteúdo dos panfletos citados pelo MPSP, o presidente do partido afirma também que o PCO realiza "um trabalho forte de propaganda", que "conta o que está acontecendo na Palestina".
É uma vergonha que a procuradoria tenha aceitado esse pedido. Eles [sionistas] defendem o genocídio, e não podemos nem denunciar que somos processados. [...] É uma tentativa muito absurda de tentar calar quem denuncia o assassinato de mais de 7.000 crianças.
Rui Costa Pimenta, presidente do PCO
O UOL tentou entrar em contato com a Frente Ampla Democrática Pelos Direitos Humanos, mas não recebeu retorno. Este espaço segue aberto para manifestação.
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