Reunião de Lula tem adeus a Dino, cobrança e promessa por crescimento

A última reunião ministerial do governo Lula (PT) em 2023 teve despedida do ministro Flávio Dino (Justiça), cobrança do presidente para que os ministros sejam mais presentes nos eventos regionais e promessa de maior crescimento por parte do ministro Fernando Haddad (Fazenda).

O que aconteceu

Lula reuniu hoje seus ministros os líderes do governo no Congresso e os presidentes de bancos públicos para fazer o balanço do primeiro ano de governo. Ele abriu o encontro elogiando o desempenho das equipes econômicas e de articulação e fazendo referência a Dino, que assume uma cadeira no STF em fevereiro.

Desta vez, apenas alguns dos chefes das 38 pastas se manifestaram. As falas foram concentradas em Rui Costa (Casa Civil), responsável pelo Novo PAC; Alexandre Padilha (Relações Institucionais), que faz a ponte com o Congresso; Paulo Pimenta (Secom); Fernando Haddad (Fazenda); os presidentes dos bancos; Lula e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB). Carlos Lupi (Previdência) foi a única ausência — ele foi representado por Wolney Maciel, secretário executivo.

Esta foi a quarta e última reunião ministerial do ano. Diferentemente doss anteriores, que chegaram até o início da noite, este encontro acabou por volta das 14h, para que Lula fosse à promulgação da reforma tributária no Congresso.

Despedida de Dino

Com saída marcada para o início de janeiro, Dino fez uma discurso de despedida. Segundo participantes da reunião, ele se emocionou ao tratar da trajetória no ministério a na luta social.

O ministro da Justiça não só agradeceu a Lula pela indicação como pela chance junto ao ministério e disse que "honraria a confiança". Também agradeceu aos colegas e emocionou os presentes.

Lula deu como prazo o dia 8 de janeiro para a saída de Dino. Segundo Rui, um sucessor não foi tratado na reunião. "É importante que ele [Dino] esteja no cargo nessa data, logo em seguida ele sai do cargo. [Mas] não podemos dizer aqui se ele vai fazer [a indicação] nesse ano ou ano que vem por uma simples razão: ele [Lula] não fez qualquer comentário sobre isso", disse o ministro em coletiva após o encontro.

Flávio [Dino] fez uso da palavra, até muito emocionado, falando pontualmente, resumidíssimo o trabalho dele no ministério, falou da expectativa dele no Supremo, tocou um pouquinho a cada um de nós. Todos nós desejamos boa sorte.
Rui Costa, sobre o discurso de Dino

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Cobrança por envolvimento

Lula estava de bom humor e mais elogioso aos ministros do que nos outros três encontros, disseram os presentes. Ao final, no entanto, entre as cobranças, pediu que os ministros se envolvessem mais nos eventos do governo federal.

No ano que vem, como já anunciou, Lula pretende viajar por todo o país no primeiro semestre e quer que os ministros o acompanhem. "O presidente pontuou que todos os ministros intensifiquem sua agenda nos estados. Essa é uma característica muito presente no governo, não só a agenda do presidente Lula como de ministros e ministras", afirmou Pimenta, na coletiva.

Na crítica, ele pediu também "maior responsabilidade" dos ministros pelas suas respectivas equipes. Lula apontou que, como cada pasta é responsável por suas nomeações, também deve s responsabilizarl por cobrar mais eficiência de subordinados e fazer as trocas necessárias nas partes que não estiverem funcionando.

Segundo participantes, o presidente também disse que a comunicação no governo "sempre pode melhorar". Disse que esperava um pouco mais de eficiência para que as conquistas da gestão chegue ao maior número de pessoas.

Crescimento econômico e metáfora da escada

Ká Haddad elogiou o desempenho econômico do governo, agradeceu aos colegas pelas possíveis articulações e prometeu mais crescimento em 2024. Como Lula tem repetido, o ministro afirmou que, se 2023 foi o ano de fazer as mudanças, como arcabouço fiscal e reforma tributária, a partir do ano que vem eles devem colher seus frutos.

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A projeção do governo é que o PIB cresça mais de 2% em 2024. Haddad disse ainda que, com a aceleração da redução dos juros, defendida pelo governo e prometida pelo Banco Central, a economia deve deslanchar ainda mais.

Na fala final, Lula fez um apelo com a metáfora da escada. Segundo ele, o governo subiu um degrau neste ano e é preciso que suba mais um em 2024 e assim sucessivamente — se subir um e descer outro no ano seguinte é o mesmo de não ter saído do lugar.

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