'Amanheci ministro da Defesa indefeso', diz Múcio sobre dia seguinte ao 8/1
O ministro da Defesa, José Múcio, falou sobre o dia seguinte aos ataques do 8 de janeiro.
O que aconteceu
Múcio diz que amanheceu como um "ministro da Defesa indefeso" após bolsonaristas invadirem o Planalto, Congresso e STF sem dificuldade. Ele foi entrevistado pela GloboNews.
Ele admitiu que o Exército fez vista grossa sobre os acampamentos em Brasília. Múcio diz que o general Júlio César Arruda, então comandante do Exército, lhe disse que ficasse calmo porque "aquilo iria desaparecer".
Ele também reafirmou sua lealdade ao presidente Lula (PT). "Não tenho vínculo partidário nem projeto político. Vim servir a um amigo, sou refém da gratidão".
O dia mais difícil foi o 9/1 porque amanheci como ministro da Defesa indefeso. A esquerda estava contrariada porque achava que militares tentaram dar um golpe e a direita estava zangadíssima porque não deram o golpe.
Quem armou isso, quem planejou, desejou, no dia não estava aqui. Vieram figuras instrumentalizadas, a gente encontrou senhoras, meninos, rapazes, moças, indo para a Praça dos 3 Poderes. Não tinha líder para negociar.
Se acontecesse hoje, eu teria o mesmo comportamento, não provocaria os acampamentos. Se tivéssemos mexido, teríamos criado uma fratura dentro das Forças Armadas, dentro do Exército.
Ministro José Múcio
Bolsonaristas foram presos e PF mira financiadores
Trinta pessoas foram condenadas pela invasão e depredação do Palácio do Planalto e das sedes do Congresso Nacional e do STF. Ao todo, 1.354 pessoas respondem a ações penais, acusadas de crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado e associação criminosa.
A Polícia Federal faz hoje uma operação que mira os financiadores dos atos. Há um mandado de prisão preventiva e 47 de busca e apreensão.
Deixe seu comentário