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Ex-PM Élcio de Queiroz é transferido para ala de segurança máxima da Papuda

O ex-PM Élcio de Queiroz, que admitiu em delação o envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL), foi transferido na noite de ontem para a ala de segurança máxima de uma das unidades prisionais do Complexo Penitenciário da Papuda, no Distrito Federal.

O que aconteceu

Élcio estava detido na Penitenciária Federal de Brasília desde junho deste ano, antes de firmar acordo de delação premiada sobre a morte de Marielle. A informação sobre a transferência foi confirmada ao UOL pela Seape (Secretaria de Administração Penitenciária), que disse que não detalha as lotações de custodiados por motivos de segurança.

A transferência de Élcio para uma unidade de prisão estadual faz parte do acordo de delação premiada acordado com o ex-PM e aprovado pela Justiça, segundo apurou o UOL.

Ele é acusado de duplo homicídio triplamente qualificado, assim como o também ex-PM Ronnie Lessa, a quem Élcio atribui a autoria dos disparos que mataram a vereadora e o motorista Anderson Gomes em março de 2018.

Ex-bombeiro alvo da delação foi transferido para Penitenciária Federal de Brasília. Maxwell Simões Correa, o Suel, foi preso na segunda-feira (24) pela PF em uma força-tarefa da corporação que investiga o crime após a delação de Élcio.

Suel é amigo de Ronnie Lessa, que foi preso em 2019 na mesma operação contra Élcio — hoje ele está na detido na Penitenciária de oprto Velho. Lessa nega envolvimento no atentado — no dia do crime, além de Marielle e Anderson, estava no carro a assessora Fernanda Chaves, única sobrevivente.

O ex-bombeiro participou de ações de "vigilância e acompanhamento" de Marielle antes do assassinato e depois ajudou a encobertar o crime, segundo Élcio..

Os investigadores também descobriram provas mostrando o envolvimento de mais pessoas no planejamento do crime. A colunista do UOL Juliana Dal Piva apurou que os investigadores descobriram que Maxwell participou de campanas para o planejamento do assassinato da vereadora.

Entenda os avanços do caso Marielle

Élcio Queiroz prestou os depoimentos em junho passado, mais de 5 anos após o crime. O ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmou que ele receberá os benefícios da delação, mas continuará preso. Os termos da colaboração estão sob sigilo.

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Com base nos depoimentos, a PF deflagrou hoje (24) a operação Élpis, com um mandado de prisão preventiva e sete de busca e apreensão. O ex-bombeiro Maxwell Simões Correa, o Suel, foi preso.

Na delação, Élcio afirma que foi Lessa quem atirou em Marielle e Anderson. Élcio diz que foi recrutado por Lessa no próprio dia do crime e que dirigiu o carro usado na ocorrência. O ex-PM narrou em detalhes a noite do assassinato.

O delator diz ter recebido R$ 1 mil após servir de motorista para Lessa. Ele afirma que os dois foram em um bar, após o assassinato, e só lá ele soube que o motorista Anderson também tinha morrido.

Élcio destacou, também, que a arma usada no crime tem origem no Bope, o batalhão especial da PM do Rio. O armamento, uma submetralhadora MP5, teria sido extraviada após um incêndio em um paiol da PM.

Para autoridades que acompanham o caso, a delação não resolve dúvidas sobre o crime. O presidente da Embratur, Marcelo Freixo, disse estar convencido de que o crime tem um mandante. A ministra Anielle Franco, irmã de Marielle, disse acreditar que não existe apenas motivação política no episódio.

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