Flávio Bolsonaro nega ocultação de provas e critica ação da PF contra irmão
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) voltou a criticar a operação da Polícia Federal sobre uma "Abin paralela" que teve como um dos alvos seu irmão, o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (Republicanos).
O que aconteceu
Agentes da PF agiram com "arbitrariedade", diz senador. Flávio afirmou que os celulares de outras pessoas que estavam na casa de Jair Bolsonaro (PL) em Angra dos Reis, como o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e seguranças da família, também chegaram a ser apreendidos.
Não há "obstrução de Justiça" ou "ocultação de provas", alegou. Em fala no Senado, Flávio voltou a dizer que o irmão entregou o que tinha à PF e que ele não voltou para a casa com o pai e com Carlos quando todos souberam da operação da PF porque foi para um almoço. A falta do jet-ski que partiu com Flávio Bolsonaro foi tema de uma reportagem.
Flávio acusa Lula de ter "PF paralela". Assim como outros membros da família Bolsonaro, o senador atribui a operação a uma suposta "perseguição política" do presidente da República. Lula (PT) negou e chamou a hipótese de uma "grande asneira": "O governo brasileiro não manda na PF, muito menos na Justiça", rebateu o petista.
Eu não tinha nem que estar dando explicação porque eu não era alvo de nada. Eu podia ter continuado pescando, eu podia ter ido passear no lugar que eu quisesse, eu não era obrigado a voltar para casa nenhuma. Obviamente não tem obstrução de Justiça ou obstrução de provas, porque o alvo da operação era o Carlos e o que ele tinha em mãos com ele naquele momento, na residência com ele, foi tudo entregue.
Flávio Bolsonaro, senador da oposição
Entenda a operação sobre a "Abin paralela"
A PF cumpriu mandados de busca e apreensão na segunda-feira (29) contra pessoas do núcleo político que receberam informações da "Abin paralela". Segundo as investigações, a Abin foi usada durante o governo de Jair Bolsonaro para espionar adversários políticos.
Um dos alvos foi Carlos Bolsonaro, filho do ex-presidente. A busca e apreensão foi autorizada na casa de Carlos e no seu gabinete na Câmara Municipal do Rio, e também em uma casa em Angra dos Reis, onde Carlos estava com a família, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro
Segundo as investigações da PF, Carlos Bolsonaro recebia informações sobre inquéritos em andamento, inclusive da PF. Os agentes também investigam se a Abin produzia dossiês para atender aos interesses de Carlos.
Ex-chefe da Abin, Alexandre Ramagem já tinha sido alvo de buscas. Aparelhos antigos da Agência Brasileira de Inteligência foram encontrados em endereços ligados ao hoje deputado federal.
Ofensiva contra o STF e pressão no Congresso
Flávio e outros senadores de oposição se reuniram hoje com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para apresentar uma lista com oito projetos em reação às recentes decisões do STF.
Segundo o líder da oposição, o senador Rogério Marinho (PL-RN), os itens "reafirmam as prerrogativas do Parlamento". Pacheco dará uma resposta ao grupo até sexta-feira (2), sobre quais itens podem ter encaminhamento na Casa.
Marinho também pediu que Pacheco se reúna com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para articular o avanço das propostas também entre os deputados. Lira também tem sido pressionado por deputados de oposição sobre as operações feitas contra parlamentares.
Entre as medidas apresentadas pelos senadores, está uma proposta que pede o fim do foro privilegiado. O texto foi aprovado no Senado em 2017 e, desde então, aguarda deliberação da Câmara.
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Líder de oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN)
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