Na contramão de Bolsonaro, Valdemar e Anderson Torres não ficam em silêncio

Ministro da Justiça na gestão de Jair Bolsonaro, Anderson Torres respondeu às perguntas da Polícia Federal sobre a suposta tentativa de golpe de Estado para manter Bolsonaro no poder. Outro que falou foi Valdemar Costa Neto, presidente do PL.

O que aconteceu

A atitude de ambos difere da adotada por Bolsonaro, que exerceu o direito de ficar calado. Paulo Cunha Bueno, advogado do ex-presidente, justificou que orientou o cliente a não responder sobre o tema na investigação porque falta acesso à delação de Mauro Cid.

Questionado se temia uma delação de Anderson Torres, o advogado não respondeu. Ele parece ter adotado uma estratégia diferente em relação aos demais bolsonaristas ouvidos hoje.

O depoimento do ex-ministro durou cerca de cinco horas. A defesa descartou delação e disse, à noite, que ele "respondeu serenamente a todas as perguntas que lhe foram formuladas". Torres foi preso na esteira da invasão às sedes dos Três Poderes e usa tornozeleira eletrônica. A primeira minuta golpista encontrada pela PF estava na casa dele. O documento foi localizado logo depois do 8 de Janeiro.

No dia da invasão às sedes dos Três Poderes, Torres estava nos Estados Unidos. O ex-presidente havia viajado para lá pouco antes de deixar o Planalto.

Anderson Torres esclareceu todas as dúvidas em relação aos fatos investigados e reafirma sua disposição para cooperar com as investigações. O ex-ministro acredita na Justiça e confia nas instituições brasileiras.
Nota da defesa do ex-ministro

Valdemar também fala

Outro que não ficou calado foi o presidente do PL. Ele respondeu as perguntas por cerca de três horas e 40 minutos.

O que foi perguntado a Valdemar e mais detalhes não foram revelados. Marcelo Bessa, advogado de defesa, encaminhou nota em que dizia que "a defesa não fará qualquer comentário sobre as investigações".

Continua após a publicidade

No total, foram 11 depoimentos em Brasília nesta quinta, incluindo ex-ministros e militares de alta patente. Os nomes mais ligados a Bolsonaro permaneceram calados.

Ficaram em silêncio:

  • Jair Bolsonaro (ex-presidente)
  • Augusto Heleno (ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional)
  • Mário Fernandes (ex-ministro substituto da Secretaria-Geral da Presidência)
  • Almir Garnier (ex-comandante-geral da Marinha)
  • Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa)
  • Braga Netto (ex-ministro da Casa Civil)
  • Ronald Ferreira (oficial do Exército)
  • Sergio Cavaliere (major do Exército)
  • Rafael Martins (tenente-coronel do Exército)
  • Amauri Feres Saad (advogado apontado como responsável pela minuta do golpe)

No total, a PF convocou Bolsonaro e mais 21 pessoas. Depoimentos foram realizados e outros estados.

Rio de Janeiro:

  • Hélio Ferreira Lima
  • Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros
  • Ailton Gonçalves Moraes de Barros
  • Rafael Martins Oliveira
Continua após a publicidade

São Paulo:

  • Amauri Feres Saad
  • José Eduardo de Oliveira

Paraná:

  • Filipe Garcia Martins

Minas Gerais:

  • Éder Balbino
Continua após a publicidade

Mato Grosso do Sul:

  • Laércio Virgílio

Espírito Santo:

  • Ângelo Martins Denicoli

Ceará:

  • General Estevam Theophilo (sexta-feira)

Deixe seu comentário

O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.