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Deputada tenta mudar regimento para impedir Nikolas na Comissão de Educação

A deputada federal Luciene Cavalcante (PSOL-SP) protocolou um projeto de lei para mudar o regimento da Câmara e, se aprovado, a medida impediria que o parlamentar Nikolas Ferreira (PL-MG) siga na presidência da Comissão de Educação na Casa.

O que aconteceu

Proposta visa alterar regimento interno da Casa para proibir que deputados réus em crimes previstos na Lei da Ficha Limpa presidam comissões permanentes. O texto, apresentado na sexta-feira (8), ainda prevê a não eleição de réus mesmo como vice-presidente das comissões. Em setembro de 2023, Nikolas virou réu na Justiça de Minas Gerais por transfobia.

Deputada diz ser "inadmissível" que Nikolas esteja na presidência da comissão. "Neste sentido, é inadmissível que deputado que responda processo criminal por crimes tão graves quanto os previstos na Lei da Ficha Limpa esteja permitido a presidir comissões, visto o grave risco à ordem dos trabalhos por pessoa suspeita", justifica Luciene no projeto.

Luciene ainda alega que medida é necessária para "garantir a integridade moral da Casa". Para a parlamentar, é necessário o impedimento da eleição de presidente de comissão sob os critérios da proposta. A reportagem consultou nesta segunda-feira (11) que o projeto aguarda o despacho do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).

"É revoltante a falta de respeito com a educação." Nas redes sociais, a psolista ainda escreveu que, "além de ser investigado, [Nikolas] não tem um projeto em defesa da educação e de seus profissionais".

Após as críticas, Nikolas disse acreditar que sua indicação "foi, sim, técnica". Em entrevista à CNN Brasil na semana passada, o parlamentar agradeceu pelos 22 votos que obteve e provocou a oposição. "Quando um opositor de direita assume a presidência [de uma comissão], eles não gostam", afirmou, citando ainda um "desequilíbrio" por parte da presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR).

A reportagem tenta contato com o deputado federal. O texto será atualizado tão logo haja manifestação.

Justiça tornou deputado réu

A Justiça de Minas Gerais aceitou denúncia do Ministério Público contra o parlamentar. "Recebo a denúncia, pois estão preenchidos os requisitos e não se vislumbra nenhuma hipótese de rejeição", escreveu a juíza Kenea Márcia Damato de Moura Gomes, da 5ª Vara Criminal da Comarca de Belo Horizonte, em setembro de 2023.

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Ao longo do vídeo, publicado quando ele ainda era vereador, Nikolas diz que a adolescente devia ter aproximadamente 15 ou 16 anos, e a chama de "menino", apesar de ela se identificar no feminino. O vereador também teria feito "propaganda contrária" à escola por permitir que a aluna utilizasse o banheiro.

Segundo ele, a estudante foi confrontada pela irmã dele, que é da mesma instituição de ensino. "Tire seu filho desse colégio. Não preciso nem falar que dentro da sala de aula, com relação à matéria de história, ocorre doutrinação. Travesti no banheiro da escola da minha irmã", afirmou Nikolas no vídeo publicado.

O pedido de investigação foi protocolado pelo Coordenador da Aliança Nacional LGBTI em Minas Gerais, Gregory Rodrigues, e as vereadoras Bella Gonçalves (PSOL-MG) e Iza Lourença (PSOL-MG).

A representação acusa o deputado de "expor a adolescente pela publicação do vídeo, tecer críticas ao seu direito de uso do banheiro e criticar normas que permitem o uso dos banheiros conforme a identidade de gênero", além de incitar "posicionamentos contrários à garantia dos direitos da população transgênero".

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