União Brasil abre processo para afastar e expulsar Bivar

A Executiva do União Brasil decidiu, hoje (13), abrir um processo de afastamento e expulsão do deputado e atual presidente do partido, Luciano Bivar.

O que aconteceu

Bivar ficou isolado. Parlamentares e governadores do partido assinaram uma representação para solicitar o afastamento de Bivar da presidência da sigla e a expulsão com cancelamento da filiação. Foram 17 votos para abrir o processo e 15 abstenções.

Bivar tem prazo para se defender. Com a decisão, o deputado será notificado e poderá se manifestar em até 72 horas. Após esse prazo, a Executiva vai avaliar a manifestação e poderá afastá-lo temporariamente.

Expulsão com desfiliação. O partido terá ainda 60 dias para decidir sobre a expulsão de Bivar.

Acho que esse partido nunca esteve tão unido. A crise não é no partido, é o inconformismo de uma pessoa que não acata uma decisão. Eu nunca o vi tão desequilibrado.
Antonio Rueda, presidente eleito para suceder Bivar no União Brasil

Deputado ameaçou novo presidente. O pedido foi motivado pelas ameaças contra Antônio Rueda, eleito em 29 de fevereiro para comandar o partido, e seus familiares. Também pesa sobre Bivar acusações sobre a desfiliação de deputados do Rio de Janeiro sem consultar a Executiva do partido. Rueda disse que contratou uma empresa de segurança privada após as ameaças.

Rueda ainda não assume interinamente. Enquanto não se decide sobre o afastamento, Bivar fica no cargo. Seu mandato terminaria em 31 de maio.

Entenda o caso

Rueda vai acionar o STF (Supremo Tribunal Federal). Ele pede que Bivar seja investigado pelo incêndio nas casas dele e da irmã em Pernambuco.

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A ação será juntada a outro pedido de inquérito, solicitado pela Polícia Civil do Distrito Federal, para investigar as ameaças de Bivar contra Rueda e seus familiares.

Caiado sobe o tom contra Bivar. Uma das principais lideranças do partido, o governador Ronaldo Caiado (União-GO) avalia que o incêndio "foi um crime político e um atentado contra o União Brasil". Disse que foi um "ato inaceitável e que não ficará impune".

Eleição de Rueda ocorreu após uma tentativa de "virada de mesa" de Bivar, que ocupava o cargo antes e tentou cancelar a convenção. O partido foi criado em 2022 como resultado da fusão entre o DEM e o PSL, mas as duas alas nunca se acertaram.

Bivar tem contestado a eleição publicamente e se recusa a aceitar o resultado.

Ele também negou que tenha ameaçado o atual presidente, mas diz que já subiu o tom contra ele. Em entrevista coletiva, ontem, o deputado contou que disse a Rueda que "acabaria com a raça política dele", sem admitir ter sido em tom de ameaça.

O deputado disse que vai entrar com um processo por danos morais contra Rueda pelas acusações sobre os incêndios terem sido a seu mando.

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A gente vive em um Estado de Direito. No momento em que ele diz isso [que vai entrar no STF contra ele], eu também vou entrar. Ele vai ser processado por danos morais.
Deputado federal Luciano Bivar

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