Maierovitch: Caso da vacina pode dar ao menos 15 anos de prisão a Bolsonaro
Jair Bolsonaro corre o risco ser condenado a, no mínimo, 15 anos de prisão pelo caso de fraude no cartão de vacinação contra a covid-19, explicou o colunista Wálter Maierovitch no UOL News desta terça (19).
Esta associação [delinquencial] está muito evidente. A partir do momento em que Bolsonaro pede para Cid fazer a inserção e outras são feitas, havia aí uma associação de delinquentes. Crime, portanto, que está bem caracterizado e que deverá ser denunciado.
Só isso que já tem no inquérito dá, no mínimo, uns 15 anos. Há toda uma gravidade em cima disso [da associação delinquencial]. Se entrar falsidade ideológica e um provável uso de documento falso, tudo isso dá uma pena alta de prisão. Wálter Maierovitch, colunista do UOL
Maierovitch afirmou que ainda há dúvidas sobre se Bolsonaro usou o cartão de vacinas com informações falsas para entrar nos Estados Unidos. Caso isto seja comprovado, a pena do ex-presidente pode ser ainda maior, como esclareceu o colunista.
É importante fazer esse tipo de distinção. Uma coisa são os crimes de falso material e de falso ideológico, tipificados no Código Penal. Outro crime é usar esse documento [falso]. Ainda não existe uma comprovação de que Bolsonaro usou, mas existem indicativos, e aí caberá ao Ministério Público verificar.
A partir do momento em que ele manda inserir dados falsos, o MP evidentemente vai denunciar por falso documental ou falso ideológico. Uma coisa é usar um documento falso; outra é inserir um dado ideologicamente falso. As penas variam. Wálter Maierovitch, colunista do UOL
O que aconteceu
O relatório final da Polícia Federal sobre as fraudes nos certificados de vacinas indiciou Jair Bolsonaro e outras 16 pessoas. A PF imputou ao ex-presidente os crimes de associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema de informações por causa do registro nos sistemas públicos de que ele e sua filha haviam sido vacinados contra a covid-19.
Maierovitch: Bolsonaro começa jogo de se vitimizar, com alto risco de dar tiro no próprio pé
Para Maierovitch, Bolsonaro repete o discurso de vitimização para reagir ao seu indiciamento no caso da fraude do cartão de vacinação. O colunista ressalta, porém, que a estratégia pode se voltar contra o próprio ex-presidente.
Bolsonaro já começa com aquele seu jogo de cena. Quando ele usa esse expediente de se vitimizar, ocorre quase sempre de dar um tiro no próprio pé. Uma coisa é dizer que não tomou vacina; outra é autorizar a fazer, ter um interesse. A partir do momento em que ele diz 'Não tomei vacina, todo mundo sabe' está confessando uma falsidade ideológica. Wálter Maierovitch, colunista do UOL
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