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'Continue lutando': premiê defendeu Bolsonaro dias antes de ida a embaixada

O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, declarou seu apoio a Jair Bolsonaro (PL) nas redes sociais quatro dias antes do ex-presidente ir à Embaixada da Hungria.

O que aconteceu

Orbán chamou Bolsonaro de "um patriota honesto". O político húngaro postou uma foto ao lado do ex-presidente no dia 8 de fevereiro e escreveu: "Um patriota honesto. Continue lutando, senhor presidente".

Naquele dia, Bolsonaro e aliados foram alvos de uma operação da Polícia Federal por um suposto plano de golpe de Estado. O ex-presidente teve que entregar seu passaporte e dois assessores foram presos.

Quatro dias após a publicação, Jair Bolsonaro foi recebido na Embaixada da Hungria, em Brasília, pelo embaixador húngaro, Miklos Tamás Halmaia. Informação foi noticiada primeiramente pelo jornal norte-americano The New York Times e confirmada ao UOL por Fabio Wajngarten, advogado de Bolsonaro.

Vídeo mostra o ex-presidente chegando dia 12 e deixando prédio dois dias depois. Imagens divulgada pelo jornal flagraram Bolsonaro caminhando e conversando com o embaixador húngaro.

Plano de "abrigar Bolsonaro". Segundo o NYT, uma fonte em condição de anonimato afirmou que a equipe da embaixada tinha o plano de abrigar o ex-presidente, dando indícios de "asilo político". Caso um pedido de prisão fosse feito contra Bolsonaro, ele não poderia ser preso dentro da embaixada, que é considerada território inviolável.

O que diz Bolsonaro

A defesa do ex-presidente confirmou que Bolsonaro passou dois dias na Embaixada da Hungria "para manter contatos com autoridades do país amigo". "Nos dias em que esteve hospedado na embaixada magiar, a convite, o ex-presidente brasileiro conversou com inúmeras autoridades do país amigo atualizando os cenários políticos das duas nações", diz a nota.

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O texto ressalta que, "como é do conhecimento público", o ex-mandatário do país mantém um bom relacionamento com o premiê húngaro. "Quaisquer outras interpretações que extrapolem as informações aqui repassadas se constituem em evidente obra ficcional, sem relação com a realidade dos fatos e são, na prática, mais um rol de fake news".

A Embaixada da Hungria não comentou o assunto após ser procurada pelo New York Times. O UOL também entrou em contato e, em caso de manifestação, o texto será atualizado.

Assista ao vídeo abaixo:

Relação de Bolsonaro e Orbán

O premiê húngaro e o ex-presidente brasileiro se conheceram pessoalmente no ano passado. Ambos foram à posse do presidente argentino Javier Milei em dezembro. Na ocasião, os dois conversaram em tom amistoso e fizeram brincadeiras elogiosas. Na época, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou em rede social que o húngaro era "amado" na América Latina.

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Orbán é ultradireitista e está no poder desde 2010 na Hungria. É considerado um autocrata, assim como Vladimir Putin, da Rússia. Ele elaborou uma nova Constituição e aprovou uma série de leis que reorganizaram radicalmente a legislação húngara. Isso ampliou seu controle sobre a política húngara, acelerando a centralização de poder em seu país.

Nikolas Ferreira, apoiador de Bolsonaro, comentou a publicação do premiê da Hungria. "Obrigado por apoiar nosso presidente,", comentou o deputado federal.

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