Governo Lula condena 'atos terroristas' do Hamas após morte de brasileiro
O Ministério das Relações Exteriores divulgou nota em que condena "atos terroristas" praticados pelo Hamas depois que o Exército Israelense anunciou nesta sexta-feira (24) que o brasileiro Michel Nisembaum, mantido refém pelo grupo extremista islâmico, foi encontrado morto.
O que aconteceu
Governo pediu libertação imediata dos reféns e negociações que levem à "cessação de hostilidades em Gaza". Segundo o exército israelense, além de Michel, outros dois reféns foram mortos no dia 7 de outubro de 2023. Eles foram identificados como Hanan Yablonka e Orion Hernandez, que tinha nacionalidade francesa e mexicana.
Itamaraty diz que recebeu notícia com "profunda tristeza e consternação". "O governo brasileiro solidariza-se e manifesta sinceras condolências aos familiares e amigos de Michel Nisembaum, bem como ao povo de Israel", disse a pasta.
Mais cedo, Lula prestou solidariedade aos amigos e familiares do brasileiro. "Conheci sua irmã e filha, e sei do amor imenso que sua família tinha por ele", escreveu o presidente nas redes sociais. Ele recebeu as duas em dezembro do ano passado no Palácio do Planalto.
Embaixador retorna a Tel Aviv após crise entre Brasil e Israel
Crise entre os dois países começou quando Lula comparou a ação de Israel em Gaza com o Holocausto, em fevereiro. Em reação aos comentários, o governo israelense declarou o brasileiro persona non grata.
O embaixador Frederico Meyer foi chamado pela chancelaria e levado ao Museu do Holocausto. As autoridades do governo de Benjamin Netanyahu exigiram que Lula se retratasse.
Diplomata foi convocado para Brasília em ato de desagravo e só retornou a Tel Aviv nesta sexta-feira. Segundo o colunista do UOL Jamil Chade, fontes do Palácio do Planalto indicaram que o Brasil não quer "perder o controle" da relação com Israel.
Retorno de Meyer, no entanto, não significa melhora na relação entre os dois países. Desde o episódio de fevereiro, o Brasil passou a defender abertamente o reconhecimento da Palestina como membro pleno da ONU, criticou Israel e apoiou o pleito da África do Sul de conseguir uma condenação de Netanyahu por genocídio. Essa postura, mesmo com a volta do diplomata, não deve mudar.
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