Tales: Planalto já avalia que Maduro não cederá e continuará no poder
O governo brasileiro já avalia que o ditador Nicolás Maduro permanecerá no poder e não cederá às pressões internacionais, o que justificaria a resistência de Lula em se posicionar de forma mais firme sobre o regime político da Venezuela, afirmou o colunista Tales Faria no UOL News desta sexta (16).
Lula disse em entrevista à Rádio Gaúcha que o regime de Maduro tem "viés autoritário", mas não é uma ditadura. O ditador venezuelano rebateu as cobranças do petista por transparência no processo eleitoral.
Lula resiste em ceder ao PT de que as eleições na Venezuela foram ganhas pelo Maduro. Também resiste em ceder aos bolsonaristas e ficar alardeando que ali é uma ditadura. Ele resiste a isso porque, na avaliação da parte diplomática do governo, é que infelizmente Maduro não cederá e continuará no poder.
Com todas essas tentativas e tratativas para sair desse impasse, Maduro não aceitará [o diálogo]. Agora, ele desferiu contra a Colômbia, que havia colocado na internet a proposta dela para o plano de paz.
Há todos os indícios de que nem ele, nem María Corina [Machado, líder da oposição venezuelana], cederão. Só que com uma diferença: Maduro tem o apoio militar, continuará no governo e o Brasil terá que se relacionar com isso, inevitavelmente. Tales Faria, colunista do UOL
Tales vê semelhanças entre a atual situação política da Venezuela com o golpe militar ocorrido no Brasil em 1964.
Está ocorrendo na Venezuela uma situação muito semelhante à do Brasil pré, durante e após 1964, com o regime militar. Aqui, os militares deram o golpe e tentaram fazer parecer, para efeito das relações internacionais, que havia uma democracia e um Supremo Tribunal Federal e se seguia a Constituição. Tudo o que tem na Venezuela e é 'mandrakeado', como era no Brasil na ditadura.
A ditadura se tornou mais ditadura a partir do AI-5. Assim mesmo, para manter relações internacionais, muitos fingiram ser uma democracia; outros disseram ser um regime com viés autoritário.
Estamos com um problema semelhante na Venezuela, com um regime muito parecido ao daqui em 64 e que tende a se manter no poder por muitos anos se continuar com o apoio da Rússia, da China e, sobretudo, internamente dos militares. Tales Faria, colunista do UOL
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