Lula silencia sobre explosões na praça dos Três Poderes
O presidente Lula (PT) ainda não se pronunciou sobre as explosões que deixaram uma pessoa morta na praça dos Três Poderes, em Brasília, nesta quarta (13).
O que aconteceu
Não há previsão de manifestação, segundo a Secom (Secretaria de Comunicação Social). O presidente seguiu agenda normal no Palácio do Planalto nesta quinta (14), recebendo credenciais de embaixadores.
O ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) atribuiu o silêncio à "agenda intensa". "O presidente determinou toda atuação na Polícia Federal para garantir a segurança de todo o território na praça", disse o ministro em entrevista à CNN, justificando que ele é representado pelos membros do governo.
O presidente chegou ao Planalto por volta das 9h20 e saiu por volta das 13h, para almoçar no Alvorada. Receber credenciais é um evento protocolar para que o chefe de Estado reconheça o diplomata como representante oficial de um país.
Às vésperas do G20 no Rio de Janeiro, o governo tenta mostrar normalidade. Lula vai para a cidade no fim da tarde. Ele participa do G20 Social neste final de semana e, no início da semana que vem, recebe líderes mundiais no G20.
Lula já tinha deixado o Planalto no momento dos atos. Ele se reunia com ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) e com o ministro da Economia, Fernando Haddad, no Alvorada, onde passou o resto da noite.
No Planalto, o governo indica tranquilidade. A entrada dos embaixadores, geralmente realizada pela rampa do palácio, foi feita pela entrada leste, segundo o GSI (Gabinete Institucional de Segurança), por motivos de clima —chuviscava em Brasília.
O Exército segue reforçando a segurança dos palácios presidenciais. A Esplanada dos Ministérios e a praça ficaram interditadas por quase 16 horas. Só foram liberadas por volta das 11h10.
Ministros têm se pronunciado. Nas redes sociais, representantes do governo têm cobrado agilidade nas investigações e ligado o ataque à extrema direita.
Entenda o caso
As explosões ocorreram por volta das 19h30 de quarta-feira (13). Uma varredura será feita nos prédios da Câmara e do STF nesta quinta-feira, para em seguida retomar os trabalhos, mas as atividades devem estar esvaziadas pela véspera do feriado e falta de votações previstas. No STF, a sessão em plenário acontece normalmente.
Francisco Wanderlei Luiz teria circulado pelo anexo 4 da Câmara durante o dia, segundo informação dada aos deputados pelo chefe de segurança da Casa. O local abriga a maioria dos gabinetes dos parlamentares. A entrada no prédio é liberada para qualquer pessoa. Os visitantes precisam passar por um detector de metal, mas não há revistas.
A Câmara estava em votação no momento da explosão no estacionamento. Os deputados discutiam a PEC que amplia a imunidade tributária das igrejas. Com a notícia das explosões, parlamentares reclamaram da continuidade da sessão apesar da "banalização da violência e dos ataques de 8 de Janeiro", em referência aos atos ocorridos também na Praça dos Três Poderes.
Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) suspendeu a sessão às 21h14 após a confirmação da morte. O deputado manteve os trabalhos até o horário com o argumento de que estava "aguardando o chefe da Segurança da Câmara dos Deputados".
O STF divulgou uma nota dizendo que "ministros foram retirados do prédio em segurança". A Corte afirmou que "dois fortes estrondos foram ouvidos". A sessão do Supremo era sobre operações policiais nas favelas do Rio. A sessão contou com autoridades e representantes da sociedade civil. Por isso, o plenário estava mais cheio do que o normal —na hora das explosões, muitos ainda estavam no prédio.
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